Morador de rua amarrado por PMs pede indenização de R$ 1 milhão

A defesa de Robson Rodrigo Francisco, morador de rua de 32 anos, entrou com um pedido de indenização por danos morais no valor de R$ 1 milhão na Justiça de São Paulo. O homem foi amarrado por policiais militares em junho do ano passado, após ser suspeito de roubar caixas de bombons de uma loja de conveniência na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Em um vídeo registrado por uma testemunha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Mariana, Robson aparece com mãos e pés amarrados, sendo carregado por policiais enquanto grita. O advogado José Luiz de Oliveira Júnior, representante de Robson, alega que o tratamento dado ao morador de rua foi “como um verdadeiro animal” e que as imagens remetem à escravidão.

O pedido de indenização argumenta que o Estado de São Paulo deve pagar a quantia em virtude do tratamento desumano e degradante durante a abordagem policial. O advogado destaca que, mesmo com Robson colaborando com os policiais, estes continuaram de forma sádica a sessão de tortura, conforme evidenciado nas imagens.

O vídeo também mostra que Robson teve mãos e pés amarrados pelos policiais, mesmo após já estar algemado. Imagens de câmeras de segurança revelam o momento em que o morador de rua, inicialmente resistindo à abordagem, é amarrado enquanto deitado de bruços no chão.

Robson Rodrigo foi solto em 25 de julho por determinação de desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, contrariando o posicionamento do Ministério Público de São Paulo. O habeas corpus impõe restrições, proibindo-o de se aproximar dos ofendidos pelo crime e de se ausentar da comarca sem autorização judicial.

Criado em um orfanato e vivendo nas ruas desde os 19 anos, Robson já foi professor de capoeira e enfrenta o vício em drogas. Seu irmão relata que ele passou a pandemia de Covid em sua casa, mantendo contato com a família. A defesa alega que o tratamento desumano exigiu compensação financeira diante das circunstâncias do caso.

Fonte: Metrópoles

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