Dr. Pessoa é o primeiro prefeito de Teresina que não consegue ser reeleito
Dr. Pessoa (PRD) é o primeiro prefeito de Teresina que não consegue ser reeleito para o cargo, desde quando a Lei da Reeleição foi sancionada em 1997. Na eleição deste domingo (6), o atual gestor foi apenas o terceiro mais votado na disputa, com apenas 2,21% do total dos votos válidos.
Em 2012, o então prefeito Elmano Férrer também foi derrotado ao disputar a reeleição. A diferença é que ele havia sido eleito, quatro anos antes, como vice-prefeito de Silvio Mendes, e assumiu o Palácio da Cidade apenas em 2010, quando o titular renunciou para ser candidato a governador.
Dr. Pessoa foi eleito prefeito da capital após vencer o segundo turno da eleição de 2020 com mais de 62% dos votos válidos, colocando fim a uma hegemonia de quase três décadas do PSDB em Teresina. Apesar disso, Dr. Pessoa viu sua popularidade ser afetada por diversas crises ao longo da gestão.
A gestão
Um dos primeiros problemas enfrentados por Dr. Pessoa após assumir a Prefeitura foi o do transporte público. Além do impasse com as empresas que operam o sistema, o então prefeito ainda viu o serviço ser interrompido diversas vezes devido às greves de motoristas e cobradores.
Na educação, a gestão de Dr. Pessoa precisou lidar com protestos, paralisações e greves. Um desses movimentos paredistas chegou a durar mais de 100 dias. Uma das medidas adotadas pelo então prefeito foi o corte de ponto dos professores e a contratação de profissionais temporários.
Já na saúde, o atraso no pagamento causou o recolhimento de aparelhos de ultrassom, tomografia e raio-x em 13 hospitais, incluindo o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Devido a esse e outros problemas, o Ministério Público cogitou representar pela intervenção no município.
Outro problema que impactou a avaliação da gestão de Dr. Pessoa foi a paralisação da coleta de lixo e capina na capital, após o fim do contrato com a antiga empresa responsável pelo serviço que, atualmente, é prestado por meio de um contrato emergencial.
Somado a tudo isso, os problemas de Dr. Pessoa também ocorreram no campo político. Além de pedidos de impeachment, o prefeito teve dificuldade para formar uma base aliada sólida na Câmara Municipal e na votação de algumas matérias no legislativo municipal.
A passagem de Dr. Pessoa pela Prefeitura também foi marcada por imbróglios com aliados. Após a posse, brigou com lideranças do seu antigo partido, o MDB. Posteriormente, rompeu com o vice, Robert Rios, e por fim, com Jeová Alencar, que disputou a eleição como vice de Silvio Mendes.
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