Regina Sousa se emociona e diz que decisão de deixar a Sasc “está tomada”
A secretária de assistência social do Piauí, Regina Sousa, se emocionou durante uma entrevista exclusiva ao jornalista Elivaldo Barbosa na manhã desta quarta (23). A gestora confirmou que a decisão de deixar a pasta já está tomada e alegou problemas de saúde para deixar o comando da secretaria.
Regina falou ainda sobre a política estadual, a política nacional e diversos temas. Confira na íntegra a entrevista.
Está confirmada a saída da senhora da Sasc ?
Eu decidi sair, infelizmente vazou antes do devido tempo, porque o governador estava viajando. Com isso de campanha eu não pude conversar com ele. Ele viajou logo em seguida, eu estava esperando para comunicar, eu comuniquei segunda-feira. Apenas eu estava com a data marcada, ele pediu para eu não ter uma data, porque ele acha que eu tenho que ficar pelo menos mais dois meses, três meses, para realizar algumas coisas para fazer que algumas coisas andem. Porque aqui foi arrumação de casa também. Então agora é que a gente vai começar a andar algumas coisas por aqui.
Então fazer mais algumas coisas, mas a decisão de sair está tomada. A motivação minha, claro que tem outras coisas, mas eu digo sempre, 65% pelo menos é a minha saúde, é comigo, então eu não vou abrir minha privacidade para as pessoas, mas eu tenho muitos problemas de saúde, não é de morrer também, não estou morrendo não, mas de cuidado, eu preciso de cuidado, de cuidar de mim, e para isso eu preciso também ter espaço de tempo, não ter compromisso, não ter preocupações, casa das preocupações é a Sasc.
Quais os motivos levaram a saída da pasta?
Nós temos adolescentes em conflito com a lei, sete equipamentos só de adolescentes de conflito com a lei. Muita gente, cada equipamento desse tem 30 pessoas, 40 pessoas, então é preocupação, a gente fica sobressaltado com o que vai acontecer. Então acho que para minha idade eu não preciso mais disso, de estar me preocupando com isso. Então a motivação é muito pessoal e também tem a ver com a minha saúde, de cuidar dela mais, para ela viver um pouquinho mais, para ela ter que viver um pouco mais esses dias, se eu permitir.
E no futuro, qual será o seu próximo passo?
Olha, eu sou uma pessoa do social, minha principal vocação é cuidar de pessoas, então eu não vou largar isso, agora como voluntária, eu vou fazer, trabalhar com comunidades. Eu tenho relações boas com várias comunidades, eu vou escolher um trabalho, eu tenho pensado muito na questão da reciclagem, que a gente está produzindo muito lixo, tanto fazer educação ambiental, como o reaproveitamento das coisas para não virarem um lixo, acho que todo mundo tem que se preocupar com isso, né? A gente não tem mais onde botar lixo, é bom que todo mundo pense isso também. Então eu quero fazer esse trabalho com comunidades, a partir das organizações que se existam na comunidade. Não quero fazer uma ONG, não vou fazer consultoria, nada disso
Quem deve assumir a secretaria?
Ele [o governador] disse que nesse tempo todo a gente vai analisando quem deve vir, é realmente a identidade do PT. O governador pediu esse tempo, não vai ter uma pressão em cima dele, porque todo mundo está espalhando que tem reforma, ele disse que não tem nada disso. Não tem essa reforma administrativa, está pensando em tirar ninguém, botar ninguém. Não queria que eu saísse, mas eu já disse que eu vou sair, então ele disse para ficar pelo menos mais uns dois ou três meses para fazer acontecer algumas ações e também para ele poder ir maturando isso.
Sobre a eleição estadual, qual a sua avaliação?
Eleição e perde ou se ganha, a gente não pode também se sentir tão assim, foi uma derrota, mas o PT nunca teve essa votação em Teresina. No estado também a gente cresceu, saímos, não me lembro quantas tinha, 38, mas nós fomos para 50 prefeituras, claro, e deu a hora de ganhar algumas maiores, mas não é a primeira vez também que a gente perde. É uma construção que a gente vai fazer, e o partido vai ter nova direção também, vai começar a disputa de direção do partido agora. Então vamos se ocupar dessa parte agora, de fazer, como vai ser a direção do PT daqui pra frente. Mas sempre com foco de todo partido, na eleição em 2026 elegeu o Rafael.
E o cenário eleitoral nacional, como a senhora avalia?
O governador é o governador do partido, mas ele governa para todo mundo, para a base aliada que é grande e para os municípios. Então ele tem uma habilidade e o partido, eu digo sempre igual, não adianta ficar falando do governador só nas reuniãozinhas. Então acho que ele vai atender se o partido pedir que quer conversar com ele. Com certeza ele atende, vai atender muitas vezes também. A gente trabalha sempre com Lula, reeleição, mas vai depender das condições que ele tiver quando chegar lá, inclusive políticas também, né? Então, é uma construção mesmo, gente, não é prego batido, dizer, não, vai ser candidato, ele tem condição para ser candidato, nesse momento ele tem todas as condições.
Para concluir do que a senhora sentirá mais saudade na Sasc?
Vou sentir saudade do nosso trabalho, principalmente com os quilombolas que foi onde eu me encontrei, onde encontrei minha ancestralidade.
cidade verde
