Donald Trump agirá contra Lula se relatório sobre Moraes for contundente
A Organização dos Estados Americanos (OEA) está elaborando um relatório sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que pode influenciar a relação dos Estados Unidos com o governo brasileiro. Caso o documento aponte arbitrariedades em suas decisões, o presidente Donald Trump poderá endurecer o diálogo com o Brasil e adotar novas medidas econômicas, além da já anunciada taxação do aço. Com informações do Metrópoles.
Auxiliares próximos de Trump, como Elon Musk e Jason Miller, defendem a tese de que há uma “ditadura” no Brasil, supostamente conduzida por Moraes e pelo Palácio do Planalto para perseguir opositores e restringir redes sociais. Musk tem se manifestado publicamente contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Miller, estrategista da campanha de Trump, já foi detido no Brasil em 2021 por ordem de Moraes no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.
A OEA, cuja principal fonte de financiamento são os Estados Unidos, pode ver sua verba reduzida caso o relatório não esteja alinhado com a visão de Trump sobre a situação política brasileira. O relator da OEA, Pedro Vaca Villarreal, esteve recentemente no Brasil e declarou que as acusações contra Moraes são “realmente impressionantes”, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que recebeu garantias de que o relatório será “sincero” sobre a realidade do país.
A mágoa de Donald Trump com Lula não se compara à que Elon Musk nutre por Alexandre de Moraes. Mas, ainda assim, o presidente dos Estados Unidos tem motivos pessoais para adotar o distanciamento que tem mantido do Palácio do Planalto.
Em novembro passado, assessores de Donald Trump receberam um relatório com uma declaração de Lula, a uma TV francesa, insinuando que a vitória do republicano nos EUA significaria a “volta do nazismo e do fascismo”.
Naquele mesmo mês, a primeira-dama do Brasil, Janja, dirigiu um “fuck you” a Elon Musk em evento do G-20, quando já era público que o empresário teria cargo de destaque no governo dos EUA. Na entrevista de Lula que chegou ao gabinete de Trump, disse o brasileiro dias antes da eleição:
“Nós vimos o que foi o presidente Trump no fim do seu mandato, fazendo aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável de acontecer nos EUA, pois o país se apresentava ao mundo como um modelo de democracia. E esse modelo ruiu. Então, nós, agora, temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, vários países. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara. Como sou amante da democracia, acho a coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir pra bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para a Kamala ganhar as eleições”.
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