Lula assume presidência do G20 e fala sobre vítimas do ciclone no RS
paralisada desde 2019, após bloqueio dos EUA à indicação de árbitros para o órgão de solução de controvérsias.
“Para recuperar sua força política, o Conselho de Segurança da ONU precisa contar com a presença de novos países em desenvolvimento entre seus membros permanentes e não permanentes”, disse Lula. O governo brasileiro pleiteia uma vaga permanente em um novo Conselho de Segurança expandido.
Antes da sessão da manhã e da cerimônia de transmissão da presidência do G20, Lula foi, ao lado dos outros chefes de Estado e governo, depositar flores no Memorial de Mahatma Gandhi. Durante a visita ao memorial, chamado Raj Ghat, os líderes tiraram os sapatos em sinal de respeito. Além do premiê Modi, o francês Emmanuel Macron, a alemã Ursula Von der Leyen, o alemão Olaf Scholz, estavam descalços,o americano Joe Biden preferiu usar uma pantufa oferecida pela organização.
Ao final do discurso de transmissão da presidência do G20, Lula afirmou ter ficado muito emocionado ao visitar o memorial de Gandhi e disse que seguia a tática de não violência do herói indiano.
Lula deu de presente a Modi uma muda de jacarandá. Cada um dos líderes reunidos em Deli trouxe mudas de árvores típicas de seus países, para serem plantados na Índia.
Também de manhã, Lula se reuniu com Macron, e falou sobre o acordo UE-Mercosul, bem como sobre o documento do bloco europeu que faz uma série de exigências ambientais para o avanço das negociações do acordo às quais Lula já se referiu como protecionistas e exageradas.
O presidente brasileiro também se encontrou neste domingo com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. A bilateral estava prevista inicialmente para o sábado (9), mas foi adiada, segundo o governo brasileiro, por problemas na agenda do saudita.
O encontro entre os dois líderes, porém, tem pesos controversos: MBS, como o príncipe é conhecido, é acusado de mandar esquartejar o jornalista de seu país Jamal Khashoggi. As relações entre Arábia Saudita e Brasil também estão sob escrutínio depois que presentes dados pela monarquia ao governo brasileiro foram movidos ao acervo pessoal do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fonte: Folhapress/Patrícia Campos Mello