Brasil cai seis posições no índice de democracia 2024
O Brasil sofreu uma queda de seis posições no Índice de Democracia 2024, passando a ocupar o 57º lugar, de acordo com o relatório divulgado pela Economist Intelligence Unit, braço de inteligência da revista britânica The Economist. O estudo atribui parte dessa queda à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou a rede social X durante parte da campanha eleitoral de 2022, uma medida inédita em democracias e vista como uma limitação à liberdade de expressão.
A pesquisa destaca que os altos níveis de polarização política no Brasil, aliados à politização das instituições e ao aumento da violência política, têm impactado negativamente a democracia no país. “A censura ultrapassou os limites do que podem ser consideradas restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral”, afirma o estudo, que também critica a politização do Judiciário e os riscos de censura do discurso político, que poderiam influenciar indevidamente os resultados eleitorais.
Outro fator que contribuiu para a queda no índice foi a investigação da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do STF. Além disso, a pesquisa revela que as Forças Armadas ainda apresentam uma baixa avaliação sobre as leis e a democracia brasileira.
O ranking global do Índice de Democracia é liderado pela Noruega, seguida pela Nova Zelândia e pela Suécia, com o Brasil classificado em democracia imperfeita. O estudo classifica as nações em quatro categorias: democracia plena, democracia imperfeita, regime híbrido e regime autoritário
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