Defensor do nome limpo, Ciro Gomes entra na Serasa após perder processo
Ciro Gomes (PDT), três vezes candidato à Presidência da República, passou a constar no cadastro de inadimplentes da Serasa em 28 de fevereiro deste ano, por descumprir uma ordem judicial. O político foi condenado a pagar os custos do processo após perder uma ação de danos morais que ele mesmo havia ajuizado contra Felippe Hermes.
Em 2018 e 2022, durante suas campanhas para o cargo de chefe do Executivo, uma das principais propostas de Ciro foi o programa Nome Limpo, que visava quitar as dívidas de consumidores com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
No processo, Ciro alegou que o escritor e colunista de economia Felippe da Silva Hermes teria iniciado, em 30 de agosto de 2021, a divulgação de um artigo no site BlockTrends, com o título “Das ideias malucas do Ciro Gomes que vão acabar fazendo o país ir parar no SPC”. O texto teria sido impulsionado no Facebook. Segundo Ciro, a publicação, estruturada de forma propagandística e com grande alcance, teria gerado um compartilhamento massivo apenas do título, prejudicando sua imagem de forma negativa.
Ciro também mencionou que, em setembro de 2021, Hermes fez postagens ofensivas e difamatórias contra ele, o que, segundo o pedetista, caracterizaria abuso do direito à liberdade de expressão.
No entanto, em 24 de outubro de 2023, a ação foi julgada improcedente pela 10ª Vara Cível de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O juiz Alexandre Schwartz Manica destacou que, como político, Ciro Gomes está exposto a uma maior visibilidade e que críticas no contexto político devem ser toleradas com maior amplitude, pois fazem parte das disputas ideológicas e políticas.
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