Dívida Pública avança para R$ 7,49 trilhões com maior emissão de títulos desde 2006

A Dívida Pública Federal (DPF) registrou alta de 3,3% em fevereiro, impulsionada por emissões recordes de títulos e um baixo volume de vencimentos. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28/03) pelo Tesouro Nacional, o estoque da dívida subiu de R$ 7,253 trilhões em janeiro para R$ 7,492 trilhões no mês passado.

Apesar do crescimento, o montante ainda está abaixo do previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF), que projeta a DPF entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões até o fim de 2025.

Emissões e impacto nos juros

A Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), composta por títulos emitidos no mercado doméstico, subiu 0,23% no período, alcançando R$ 7,178 trilhões. Em fevereiro, o Tesouro emitiu R$ 189,92 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente papéis prefixados e atrelados à taxa Selic. Além disso, houve um acréscimo de R$ 70,85 bilhões devido à apropriação de juros, mecanismo que incorpora mensalmente os rendimentos dos títulos ao saldo da dívida.

A taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, contribui para pressionar o endividamento público. Em fevereiro, o Tesouro registrou a maior emissão mensal da série histórica, iniciada em novembro de 2006, com R$ 145,39 bilhões em novos títulos. Já os resgates somaram apenas R$ 33,98 bilhões, o menor volume desde dezembro de 2023.

Foto: © Marcello Casal Jr/Agência Brasil/ArquivoDinheiro

Dívida externa e reservas financeiras

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) também apresentou alta, subindo 4,15% e passando de R$ 301,81 bilhões para R$ 314,34 bilhões. O avanço foi impulsionado pela valorização de 1,35% do dólar e pela emissão de US$ 2,5 bilhões em títulos no exterior.

O colchão da dívida pública, reserva financeira usada para cobrir vencimentos em momentos de instabilidade, subiu de R$ 744 bilhões para R$ 889 bilhões. A reserva atual cobre aproximadamente 6,66 meses de vencimentos da dívida pública, com R$ 1,267 trilhão em títulos programados para vencer nos próximos 12 meses.

Composição da dívida

A participação de títulos atrelados à Selic recuou de 47,98% para 47,77%, enquanto a fatia de papéis prefixados subiu de 20,15% para 20,54%. Já os títulos corrigidos pela inflação tiveram leve queda, passando de 27,72% para 27,51%. A parcela da dívida pública atrelada ao câmbio aumentou de 4,15% para 4,18%, mantendo-se dentro do intervalo estabelecido pelo PAF (entre 3% e 7%).

O prazo médio da DPF caiu de 4,11 para 4,08 anos, indicando que o governo tem renovado a dívida em prazos ligeiramente menores.

Quem detém a dívida?

As instituições financeiras continuam como os maiores detentores da dívida pública interna, com 29,8% de participação, seguidas por fundos de pensão (24,1%) e fundos de investimento (22,3%). A fatia dos investidores estrangeiros, que vinha crescendo até o fim de 2023, caiu de 9,9% para 9,7% em fevereiro, após atingir 11,2% em novembro.

A Dívida Pública Federal é o principal instrumento utilizado pelo governo para captar recursos no mercado, garantindo o financiamento de seus compromissos. Em troca, os investidores recebem rendimentos ajustados pela Selic, inflação, dólar ou taxas prefixadas, dependendo do tipo de título adquirido.

Fonte: Agência Brasil

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