Chile abre mercado para carne suína do Paraná; Brasil autoriza mel chileno

O Chile reconheceu oficialmente o Paraná como zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que abre caminho para a exportação de carne suína paranaense ao mercado chileno. O anúncio foi antecipado nesta terça-feira (22/04) pelo ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, e deve ser formalizado até quarta (23/04), durante a visita do presidente Gabriel Boric ao Brasil.

“Reconhecemos que o Paraná está livre de febre aftosa e, portanto, poderemos receber carnes deste estado muito importante do sul do Brasil”, declarou Valenzuela em suas redes sociais.

Segundo o ministro, a decisão integra os esforços para ampliar as relações comerciais entre Brasil e Chile, com foco no setor agropecuário. As autoridades chilenas também seguem negociando a compra de carnes com outros estados brasileiros que atendam aos critérios sanitários estabelecidos pelo Serviço Agrícola e Pecuário (SAG).

O reconhecimento é uma antiga demanda dos frigoríficos paranaenses. Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luis Rua, o anúncio é um avanço significativo: “Logo, as empresas do Paraná deverão começar a exportar carne suína ao Chile”.

Em 2024, o Paraná foi o terceiro maior exportador de carne suína entre os estados com status de livre de febre aftosa, com 185,5 mil toneladas embarcadas. Santa Catarina liderou com 730,7 mil toneladas, seguido pelo Rio Grande do Sul com 289,9 mil toneladas.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil exportou, em 2024, 1,352 milhão de toneladas de carne suína (in natura e processada), um crescimento de 10% em relação a 2023, gerando cerca de US$ 3,03 bilhões.

Contrapartida: Brasil libera entrada de mel chileno

Como contrapartida à abertura do mercado chileno, o Brasil autorizou a importação de mel do Chile. “Há uma grande notícia para nosso setor apícola: o Brasil decidiu autorizar o ingresso de nossas exportações de mel”, anunciou Valenzuela.

Situação sanitária no Brasil

Desde 2021, a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) reconhece o Paraná como livre de febre aftosa sem vacinação, junto com Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso.

Em maio de 2024, o governo brasileiro declarou todo o rebanho nacional livre da doença, em uma etapa que antecede o reconhecimento internacional do novo status sanitário do país.

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