Brasil importa mais do que exporta na relação com os EUA desde 2009
O relacionamento comercial entre Brasil e Estados Unidos é historicamente marcado pela predominância da economia norte-americana, conforme dados da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Desde 1997, ano inicial da compilação, o saldo da balança comercial favorece amplamente os EUA, com um superávit acumulado de US$ 48,21 bilhões. Ao longo desses 28 anos, o Brasil vem enfrentando sucessivos déficits comerciais com os americanos — uma tendência contínua desde 2009. Nesse período de 16 anos, as exportações dos Estados Unidos ao Brasil superaram as importações brasileiras em US$ 88,61 bilhões.
Esse cenário significa que o Brasil tem comprado mais produtos dos Estados Unidos do que vendido para lá, o que representa um desequilíbrio comercial desfavorável para a economia brasileira.
Em 2024, a balança comercial entre os dois países apresentou relativa estabilidade: o Brasil exportou US$ 40,33 bilhões em produtos para os EUA e importou US$ 40,58 bilhões, gerando um déficit de US$ 253 milhões.
Segundo dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, até novembro do ano passado, o país importou US$ 38,5 bilhões (aproximadamente R$ 225,9 bilhões) em produtos brasileiros — o que representa apenas 1,3% do total de importações norte-americanas, sinalizando o peso modesto do Brasil no comércio exterior dos EUA.
Apesar dessa participação limitada, os números relacionados a investimentos diretos (detalhados mais adiante nesta reportagem) demonstram que os Estados Unidos também têm interesses estratégicos no Brasil. No entanto, como maior importador e segundo maior exportador do mundo, os EUA exercem uma influência econômica significativamente mais forte — evidenciando uma dependência maior do Brasil em relação ao mercado norte-americano.
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