Empresas dos Estados Unidos avaliam propor lista de “exceções” à tarifa sobre o Brasil
Nos Estados Unidos, entidades e empresas avaliam a possibilidade de propor ao governo do país uma lista de exceções às tarifas de 50% que o presidente Donald Trump ameaça impor ao Brasil. Na proposta, seria solicitado que produtos naturais inexistentes nos EUA pudessem ser importados com taxa inferior.
A principal associação cafeeira dos EUA, a National Coffee Association, é uma das entidades à frente da avaliação. A medida beneficiaria principalmente o café, já que quase a totalidade do produto consumido nos Estados Unidos é importada.
O Brasil, responsável por cerca de 35% (mais de um terço) dos grãos que os Estados Unidos importam, é o principal fornecedor de café ao país. As tarifas impactariam empresas e consumidores, já que 76% da população norte-americana consome café.
Por exemplo, a Starbucks — símbolo dos EUA — tem o Brasil como fornecedor de cerca de 22% de seus grãos. As taxas alterariam os valores, gerando aumento de custos e impacto direto no preço final do produto ao consumidor americano.
Outros exemplos são a manga e o cacau, cujas produções internas nos EUA são quase inexistentes. O cacau, inclusive, está entre os dez produtos mais exportados pelo agronegócio brasileiro para os Estados Unidos.
Um dos principais pedidos do Cecafé ao governo brasileiro é a negociação para que os Estados Unidos adiem, por 90 dias, o início da implementação das tarifas. Mais de 70% do café exportado do Brasil para os EUA sai pelo Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Do total que chega ao território norte-americano, mais de 30% desembarca no Porto de Nova Orleans e cerca de 15% no Porto de Nova York. O tempo de viagem dos navios cargueiros nesses trajetos pode chegar a 30 dias.
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