Governo Lula prevê arrecadação de R$ 8,4 bilhões com IOF no 2º semestre
O Governo Federal espera arrecadar R$ 8,4 bilhões com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) entre julho e dezembro deste ano, segundo projeção divulgada nessa terça-feira (22) pelo secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
A média mensal de arrecadação para o segundo semestre é estimada em R$ 1,6 bilhão. No acumulado de 2025, a expectativa do governo é que o IOF some R$ 11,5 bilhões aos cofres públicos, já descontado o impacto da exclusão das chamadas “operações de risco sacado” modalidade de empréstimo bastante utilizada por grandes empresas.
Essa exclusão decorre de decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a validade de um decreto presidencial suspendendo a tributação dessas operações. O ministro Alexandre de Moraes derrubou a tentativa do Congresso de anular o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garantindo, assim, a manutenção do modelo de cobrança.
Os números foram apresentados durante a divulgação do Relatório de Receitas e Despesas Primárias do terceiro bimestre, em que a equipe econômica atualizou as previsões fiscais para o ano. Segundo Barreirinhas, sem a exclusão das operações empresariais, a arrecadação do IOF poderia se aproximar dos R$ 12 bilhões em 2025.
Possíveis impactos das tarifas dos EUA
Ainda durante a apresentação, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, foi questionado sobre eventuais impactos das tarifas recentemente anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
Durigan ponderou que, por enquanto, não há efeito concreto, já que o anúncio não foi formalizado por ordem executiva. “A tributação ainda é algo a ser confirmado”, explicou o secretário. Ele acrescentou que a equipe econômica está atenta ao tema e avaliará possíveis impactos no próximo relatório fiscal, caso as sanções americanas avancem.
As declarações reforçam a cautela do governo diante de um cenário internacional ainda indefinido, ao mesmo tempo em que a equipe de Lula busca manter o equilíbrio das contas públicas com a arrecadação interna.
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