Postura de Lula diante de tarifas impostas por Trump gera desconforto com líderes do mercado
A condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos gerou constrangimento a membros do governo durante um dos maiores eventos do setor financeiro, a XP Expert, em São Paulo. O ministro dos Transportes, Renan Filho, e o presidente do PT, Edinho Silva, foram questionados sobre a resposta brasileira à medida adotada pelo presidente Donald Trump, o que provocou reações da plateia.
Durante um painel, Renan Filho foi cobrado sobre a ausência de Lula nas negociações diretas com os EUA. Ele defendeu o esforço do presidente e destacou que o vice, Geraldo Alckmin, está liderando o diálogo. Ao ser interrompido pelo mediador com a pergunta se Lula não deveria estar nos Estados Unidos, e não em um evento em Osasco, o público reagiu com risos e aplausos.
Edinho Silva também foi desafiado ao justificar a estratégia brasileira diante do superávit americano e da tentativa do Brasil de fortalecer alianças comerciais fora do eixo tradicional. O dirigente petista reafirmou o direito do país ao multilateralismo e criticou o que chamou de reações autoritárias às tentativas brasileiras de cooperação com nações como China, Índia e África do Sul.
A participação brasileira em blocos alternativos e o questionamento à hegemonia do dólar também foram pontos de tensão. Diante das provocações, Edinho argumentou que outros países já buscaram acordos comerciais sem gerar polêmicas semelhantes, e que o Brasil não pode ser punido por buscar independência econômica.
Ao final do painel, Renan Filho afirmou que o bolsonarismo “tende ao isolamento político e que Lula possui condições de liderar uma nova frente ampla para as eleições de 2026”, aproximando-se do centro político. Ele classificou os ataques da extrema-direita como “antidemocráticos” e reforçou a necessidade de uma agenda que una diferentes setores do país.
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