Fazendas bilionárias elevam o agronegócio brasileiro a novo patamar

O agronegócio brasileiro alcançou um nível inédito de valorização com o surgimento de propriedades rurais avaliadas em bilhões de reais. Um levantamento da plataforma Chãozão, divulgado pela revista Globo Rural, revelou que fazendas com estrutura de cidade, pistas de pouso para jatos, agroindústrias e até distritos com escolas e moradias estão à venda por valores que ultrapassam R$ 5 bilhões. Essas propriedades extrapolam o conceito tradicional de fazenda e se consolidam como verdadeiros complexos econômicos.

Foto: Wenderson Araújo/CNAFazendas bilionárias elevam o agronegócio brasileiro a novo patamar

O estado do Mato Grosso lidera o ranking com as três propriedades rurais mais caras do Brasil. A primeira colocada é uma fazenda em Nova Ubiratã, avaliada em R$ 5,8 bilhões, com 66 mil hectares, pista asfaltada homologada, hangar para seis aeronaves e capacidade para até 50 mil cabeças de gado. Em segundo lugar, uma fazenda em Paranatinga é cotada em R$ 5 bilhões, com 88 mil hectares. Já a terceira posição é ocupada por uma propriedade em São Félix do Araguaia, na divisa com o Tocantins, avaliada em R$ 4,5 bilhões.

O Mato Grosso do Sul também figura entre os destaques com duas fazendas no ranking. Uma delas, em Miranda, ocupa o 4º lugar, com 87 mil hectares e estrutura de alto padrão, além de linha férrea e rebanho de até 50 mil animais. Outra fazenda no mesmo município aparece em 6º lugar, com agroindústria própria, pivôs de irrigação e mais de 40 mil bovinos. A valorização dessas terras está ligada à alta rentabilidade das lavouras, integração lavoura-pecuária, melhorias logísticas e à entrada de investidores estrangeiros.

Essas megapropriedades são disputadas por grandes grupos do agronegócio e fundos globais, tornando-se ativos estratégicos. Segundo o levantamento, o valor das terras em Mato Grosso subiu 189,1% entre 2019 e 2024, e em Rondônia, chegou a 299,1%. A mais cara das fazendas, em Nova Ubiratã, vale mais que o orçamento anual de capitais como Campo Grande ou Cuiabá, ilustrando o novo perfil do agronegócio brasileiro: sofisticado, corporativo e bilionário.

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