Oposição diz que prisão domiciliar de Bolsonaro é “ditadura declarada”

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou uma onda de reações, principalmente entre parlamentares aliados e figuras da oposição. Para líderes do PL e membros da oposição, o movimento é visto como uma tentativa de retirar Bolsonaro do cenário eleitoral de 2026 e um avanço autoritário que fere princípios democráticos. A prisão de Bolsonaro acontece um dia após manifestações em várias partes do Brasil pedindo o impeachment de Moraes.

Moraes justificou decisão afirmando que o ex-presidente descumpriu as medidas cautelares impostas, que incluíam o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de interações nas redes sociais, direta ou indiretamente. Para o magistrado, Bolsonaro violou essas condições ao aparecer em um vídeo de chamada de vídeo nesse domingo (03), quando apoiadores fizeram manifestações a seu favor. O vídeo, que foi compartilhado nas redes sociais por seus filhos, foi citado pelo ministro como prova do descumprimento das regras, resultando na prisão domiciliar.

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, classificou a medida como uma “ditadura declarada”, e acusou Moraes de perseguir Bolsonaro e sua família. Para ele, a prisão domiciliar não é uma ação judicial, mas vingança política. Já o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou a justificativa do STF, dizendo que a prisão foi decretada não por crimes como corrupção ou desvio de recursos, mas pelo simples fato de Bolsonaro ser mencionado em redes sociais. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) também se mostrou preocupado com o cenário, chamando o episódio de um “dia triste” e reafirmando sua confiança de que a Justiça irá prevalecer no futuro. “A prisão domiciliar do presidente Bolsonaro, antes mesmo do julgamento, é um fato jurídico com que ninguém pode concordar. Ainda acredito que a Justiça irá prevalecer no final”, disse.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC) considerou a decisão de Moraes como um exemplo claro de “justiça paralela”, acusando o ministro de agir à margem da lei para perseguir opositores políticos. Para ela, a prisão domiciliar de Bolsonaro representa uma clara injustiça e um ataque ao Estado de Direito, sem que houvesse julgamento ou evidências concretas do crime. A medida, segundo ela, ocorre sem a devida defesa e sem qualquer direito ao contraditório, com base em um vídeo publicado por terceiros e não em uma ação direta de Bolsonaro nas redes.

O líder da Oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), também se manifestou, chamando a prisão domiciliar de “manobra autoritária” e um grave ataque à democracia. Para ele, a medida é uma tentativa de calar opositores e consolidar o poder de uma agenda que ameaça o funcionamento do Estado democrático de Direito. O Movimento Advogados de Direita também se posicionou contra a decisão, classificando-a como uma perseguição judicial alarmante e argumentando que não havia base legal para tal medida visto que não houve flagrante nem comprovação direta de ação ilegal por parte de Bolsonaro.

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