Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo negam interferência em reunião entre Haddad e autoridades dos EUA

Nesta segunda-feira (11), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo divulgaram uma nota conjunta para desmentir qualquer interferência política no cancelamento da reunião marcada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, prevista para esta quarta-feira (13).

O ministro da Fazenda havia alegado que o encontro, que discutiria o tarifaço imposto pelos EUA contra o Brasil, foi cancelado por “forças de extrema direita” atuando junto à Casa Branca. Em resposta, Eduardo e Figueiredo criticaram a postura de Haddad, afirmando que ele prefere culpar terceiros pela sua própria “incompetência”, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “só fala besteira” e intensifica a crise diplomática.

Eles também refutaram a alegação de que havia uma “força política” brasileira impedindo a diplomacia com os Estados Unidos, argumentando que as razões apresentadas por Donald Trump para impor tarifas são claras e devem ser enfrentadas pelo Brasil antes de qualquer reunião. Para eles, qualquer encontro sem abordar esses pontos seria uma mera “encenação”.

Os dois autores da nota apontaram ainda que, além de questões comerciais, Trump atribuiu o tarifaço ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por suposta tentativa de golpe de Estado, e criticou as ações do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Moraes teve seu visto suspenso e foi alvo de sanções econômicas por parte dos EUA, conforme a Lei Magnitsky, já o governo Lula classificou os motivos apresentados pelos EUA como uma forma de “chantagem” e uma tentativa de interferência na política interna e no judiciário brasileiro.

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo enfatizaram que não têm qualquer controle sobre a agenda do secretário do Tesouro dos EUA, destacando que Bessent é um “profissional admirável” que cumpre as diretrizes do presidente dos EUA, preservando os interesses americanos. Eles também ressaltaram que manterão uma agenda de reuniões com autoridades americanas na quarta-feira (13), e criticaram o governo Lula, sugerindo que o presidente brasileiro poderia ter “portas abertas” se colocasse a diplomacia e os interesses nacionais acima da ideologia.

Em entrevista ao Financial Times, Eduardo Bolsonaro afirmou que os EUA têm uma série de opções para aumentar a pressão sobre o STF, incluindo novas sanções a autoridades brasileiras, restrições de vistos e aumento de tarifas. Além disso, ele e outros parlamentares da oposição continuam pressionando pela aprovação do “pacote da paz”, que inclui a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, o impeachment de Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado.

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