A fricção silenciosa que ameaça o alinhamento da base no Piauí

Em política, há gestos que valem mais do que palavras. E há movimentos que, mesmo silenciosos, provocam ruídos audíveis em todo o campo aliado. A recente movimentação envolvendo a filiação de Wilson Martins ao PSD provocou um desconforto significativo dentro do PT piauiense. O gesto, articulado no plano nacional e avalizado por lideranças de peso da nova sigla, foi interpretado por setores petistas como um movimento fora do compasso definido pelo comando da base governista para 2026.

A preocupação não está na troca de partido em si, mas no momento e na forma como ocorreu. Com a estrutura das chapas proporcionais ainda em fase de costura, a entrada de um nome de peso na disputa federal pelo PSD altera cálculos, redistribui expectativas e, segundo vozes internas, fere a lógica de coordenação que vinha sendo construída pelo núcleo central do projeto governista.

Foto: Lucas Dias/GP1Wilson Martins

Wilson Martins

O PT, que já enfrenta o desafio de manter sua hegemonia na formação das bancadas estadual e federal, vê na ação um teste à fidelidade interna dos aliados. O sentimento é de que a negociação deveria ter passado pelo crivo da liderança estadual, garantindo que os movimentos individuais não comprometessem a estratégia coletiva.

Nos bastidores, o episódio acendeu o alerta para um risco sempre presente em composições amplas: a tensão entre a autonomia de cada partido e a coesão do bloco. Um passo dado sem alinhamento pode reconfigurar alianças e comprometer acordos que pareciam sólidos.

gp1

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