Trump ameaça impor tarifa de 200% se China não fornecer ímãs aos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (25) que a China deverá fornecer ímãs ao mercado norte-americano ou estará sujeita a uma tarifa de até 200%. A declaração ocorre em meio ao acirramento da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O tema é sensível porque envolve as chamadas terras raras — um grupo de 17 elementos químicos fundamentais para tecnologias de ponta, como smartphones, carros elétricos e equipamentos industriais avançados. A China concentra grande parte das reservas conhecidas e, em abril, ampliou as restrições à exportação de itens desse setor, incluindo ímãs, em resposta às tarifas impostas por Washington. O Brasil aparece como outro país com reservas significativas.
A retórica de Trump amplia a tensão no cenário comercial. Nos últimos meses, Pequim e Washington alternaram medidas de retaliação e tréguas parciais. Em 11 de agosto, o Ministério do Comércio chinês prorrogou por 90 dias a suspensão de tarifas adicionais sobre produtos norte-americanos, logo após o republicano estender a trégua tarifária por ordem executiva. Durante esse período, seguem em vigor taxas de 10% sobre diversos itens dos EUA.
Trump, por sua vez, insiste que o chamado “tarifaço” pode reduzir o déficit fiscal norte-americano em US$ 4 trilhões até 2035. O cálculo é do Congressional Budget Office (CBO), órgão independente ligado ao Congresso. Segundo relatório divulgado no dia 22, a arrecadação extra com tarifas deve abater US$ 3,3 trilhões do déficit primário, além de gerar economia de US$ 700 bilhões em juros da dívida pública.
Apesar do efeito positivo nas contas federais, o CBO alerta que a estratégia pode trazer custos econômicos significativos, como redução de investimentos, queda de produtividade e perda de poder de compra para famílias e empresas norte-americanas
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