Acusado de matar namorada com tiro no olho é ouvido pela Justiça; defesa tenta desqualificar feminicídio e vai pedir soltura

Dilberto Vieira, réu na morte da namorada Maria Luiza da Silva Oliveira, de 19 anos, foi ouvido durante audiência de instrução e julgamento no Fórum Criminal de Teresina, esta semana. O crime ocorreu em julho de 2024, em uma kitnet no bairro Matinha, na zona Norte da Capital. Acusado de quatro crimes, ele segue preso e, perante o juiz, a defesa tentou desqualificar a tese de feminicídio para que o acusado, caso seja pronunciado, responda por homicídio simples, crime que tem pena mais branda. 

“Em tese o caso seria inicialmente um feminicídio, ele foi denunciado por isso, no entanto, no decorrer do processo, estamos diante de um crime diferente desse. É isso que estamos defendendo, diante de tudo o que foi apurado. Não foi um crime premeditado, não foi um crime causado como o determinado na denúncia. Saímos cientes de que estamos defendendo uma pessoa que está falando a verdade. Pra ser feminicídio tem que estar pautado dentro dos requisitos legais, tais quais, um crime de gênero, em decorrência de questões familiares como ciúmes. Estamos diante de um homicídio simples em que não houve intenção, mas sim um erro de execução”, defende Branca Macedo, uma das advogadas de defesa.

Foto: Graciane Araújo/ TV Cidade Verde

Advogados Evandro Lins e Branca Macedo defendem o réu

Maria Luiza foi morta com um tiro olho. Investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), presidida pela delegada Nathalia Figueiredo, refutou a tese de disparo acidental, baseada em provas técnicas. Dilberto Vieira foi apontado como um homem extremamente ciumento e controlador. No inquérito policial ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, fraude processual, pois tentou induzir a perícia ao erro, afirmando que a namorada teria cometido suicídio; além de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido.

Questionada sobre as provas técnicas, a defesa diz “ter elementos probatórios suficientes para atestar a tese de homicídio”. Após manifestação do Ministério Público e apresentações das alegações finais, a defesa pretende pedir a revogação da prisão preventiva para que o acusado responda ao processo em liberdade até o julgamento. Ele segue preso Penitenciária Prof. José de Ribamar Leite, a Casa de Custódia.

cidade verde

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *