“Ameaça à saúde”: bactéria resistente a remédios se espalha pela Ásia
Cientistas alertam para o risco crescente de uma nova cepa da superbactéria Acinetobacter baumannii, a ST164, que pode estar se espalhando pela Ásia. Identificada pela primeira vez em 2021, em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital em Hangzhou, na China, a cepa é resistente a carbapenêmicos (CRAB), antibióticos de última linha, e pode representar uma grande ameaça à saúde pública global. A descoberta foi divulgada na revista Nature Communications no início de novembro. As informações são do Metrópoles.
Pesquisadores das universidades de Birmingham, na Inglaterra, e Zhejiang, na China, estavam investigando a disseminação da A. baumannii quando identificaram a ST164. Eles descobriram que 80,9% das amostras de A. baumannii em pacientes hospitalizados eram resistentes a carbapenêmicos, e a ST164 foi responsável por 40,2% das amostras. A crescente prevalência da cepa nas UTIs foi um alerta para os cientistas, que destacaram o risco de sua disseminação.
A alta resistência da ST164 a antibióticos torna a cepa particularmente perigosa em ambientes hospitalares, onde pode causar infecções graves como pneumonia, meningite e bacteremia. A A. baumannii é uma das três superbactérias mais críticas para a saúde pública global, conforme classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A cepa ST164 foi associada ao sucesso de disseminação dentro de UTIs, sugerindo que ela pode se espalhar rapidamente em ambientes hospitalares. Segundo os pesquisadores, as transferências de pacientes entre enfermarias podem facilitar a propagação de novas cepas de A. baumannii, como a ST164, gerando um risco elevado para pacientes vulneráveis.
Com os níveis elevados de resistência da ST164, os cientistas afirmam que a cepa representa uma preocupação de saúde pública crescente, com potencial para se espalhar para outras regiões além da Ásia. “A ST164 Crab é uma linhagem emergente de alto risco que precisa de monitoramento constante”, alertou o professor Alan McNally, da Universidade de Birmingham.
As superbactérias, como a ST164, são um desafio global, já que não respondem aos tratamentos convencionais, o que pode levar a infecções prolongadas e aumento das hospitalizações. A OMS estima que mais de 1 milhão de pessoas morram todos os anos devido a infecções causadas por bactérias resistentes aos antibióticos.
Pesquisadores e autoridades de saúde alertam que é crucial intensificar as medidas de prevenção e controle de infecções dentro dos hospitais para evitar a propagação dessas cepas resistentes. Além disso, é necessária mais pesquisa para entender como essas superbactérias evoluem e para desenvolver novas estratégias para combater sua disseminação.