Apenas 51% dos adolescentes no Piauí receberam a segunda dose da vacina contra a dengue
No Piauí, das 45,4 mil doses recebidas contra a dengue, apenas 19,6 mil primeiras doses foram aplicadas, e pouco mais de 6,6 mil pessoas retornaram para a segunda dose, o que corresponde a 51% do público elegível para completar o esquema vacinal, que exige um intervalo de três meses entre as duas doses. Os dados preliminares são do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI).
No cenário nacional, o Brasil registrou 2,2 milhões de primeiras doses de vacinas aplicadas contra a dengue. No entanto, há 636 mil registros de segundas doses. Isso significa que menos da metade das pessoas que tomaram a dose inicial buscaram a dose adicional.
A vacinação é uma das inovações para enfrentar a dengue, que, em 2024, aumentou em todo o mundo, sobretudo devido às mudanças climáticas. Para ter proteção contra casos graves e hospitalizações por dengue, o público-alvo precisa tomar duas doses do imunizante, incorporado de forma inédita ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O público, em 2024, é composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, seguida por pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, alerta para a necessidade de se vacinar. “Dentro da faixa etária indicada pelo laboratório para receber a vacina, selecionamos o intervalo com maior número de hospitalizações por dengue no Brasil. Contudo, esse público tem uma adesão menor, justamente por não ser uma idade que frequenta os serviços de saúde rotineiramente. Por isso, os pais e responsáveis precisam levar as crianças e adolescentes para se vacinar. É um ato de amor e de responsabilidade”, destaca.
Os critérios para a definição dos municípios escolhidos para receber as doses da vacina foram estabelecidos seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da OMS. As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte e alta transmissão nos últimos dez anos, considerando também a população residente igual ou maior a 100 mil habitantes e altas taxas nos últimos meses.
Combate ao mosquito
O Ministério da Saúde reforça que, embora o imunizante contribua para frear o avanço da doença, ainda não é a ferramenta mais eficaz no seu enfrentamento, dada a capacidade de produção do laboratório fornecedor, que não é suficiente para atender à demanda do Brasil.
Por isso, além das ações realizadas pelos agentes de saúde, a população deve fazer a sua parte:
- Usar telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
- Remover recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
- Vedação de reservatórios e caixas de água;
- Desobstruir calhas, lajes e ralos;
- Participar da fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue.
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