Base de Rafael Fonteles aposta em chapas enxutas e arrisca tensão entre aliados
A estratégia de concentração de candidaturas em siglas com maior estrutura, adotada pela base aliada do governador Rafael Fonteles (PT), pode gerar embates internos na disputa pelas cadeiras na Câmara dos Deputados em 2026. A meta do grupo é evitar a pulverização de votos, mas o desenho atual tende a intensificar a competição entre os próprios aliados.
Com a previsão de lançar nomes apenas por PT e PSD para a Câmara Federal, e por PT e MDB para a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), a base deve reunir um número elevado de postulantes dentro de estruturas restritas, o que acirra a concorrência por espaço e voto. A meta da base é conquistar nove das dez vagas para a Câmara e, no mínimo, 15 cadeiras para o PT na Alepi.
A tática, que repete o modelo de 2022, busca preservar o quociente eleitoral e evitar que legendas com pouca capilaridade comprometam a performance do grupo. No entanto, internamente, cresce a preocupação de que a sobreposição de candidaturas possa gerar atritos e enfraquecer o discurso de coesão da base governista.
O cálculo para eleger um deputado federal gira em torno de 195 mil votos, patamar atingido apenas por PT, PSD e Progressistas em 2022. Com o Progressistas na oposição, a base tenta manter hegemonia sem rachar por dentro. A disputa interna por espaço nas chapas majoritárias poderá provocar desgastes entre aliados com pretensões semelhantes.