BNDES lidera secretariado de plataforma brasileira com US$ 10,8 bi apresentada na COP29
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assumiu a liderança do secretariado da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), uma iniciativa do governo brasileiro apresentada na COP29, em Baku, Azerbaijão, nesta quarta-feira (13/11). A plataforma tem como objetivo conectar fontes de financiamento a projetos que estejam alinhados com as políticas públicas nacionais de descarbonização e sustentabilidade, com um capital inicial de US$ 10,8 bilhões a ser mobilizado.
A BIP foca em três áreas prioritárias: soluções baseadas na natureza, transição energética e transformação da indústria. O BNDES será responsável por verificar a aderência dos projetos aos critérios preestabelecidos, ajudando a atrair investimentos para iniciativas que se alinham com os principais planos do governo, como o Plano de Transformação Ecológica, o Plano Nacional de Transição Energética e o Plano Clima. Essas iniciativas visam reduzir as emissões de CO2 no país, promovendo um desenvolvimento sustentável.
Durante o lançamento da plataforma, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, enfatizou que o Brasil tem a ambição de crescer economicamente a taxas superiores a 3% ao ano, mas com a importante condição de descarbonizar o processo. “Queremos continuar crescendo, mas precisamos fazer isso descarbonizando”, afirmou Alckmin, destacando que o país foi um dos primeiros a revisar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com a meta de reduzir 67% das emissões de CO2 até 2035.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também esteve presente e ressaltou que a BIP não apenas atende às metas climáticas do Brasil, mas está inserida em uma estratégia mais ampla de transformação econômica e social. “Estamos criando um novo ciclo de prosperidade que respeite o meio ambiente e combata as desigualdades sociais”, afirmou Marina, referindo-se ao modelo de desenvolvimento proposto.
A BIP é uma colaboração entre diversos ministérios brasileiros, como os da Fazenda, Meio Ambiente e Mudança do Clima, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e Minas e Energia, além de contar com o apoio de parceiros internacionais, como Bloomberg Philanthropies, a Aliança Financeira de Glasgow para o Net Zero (Gfanz) e o Fundo Verde para o Clima (GCF). A plataforma já mapeou vários projetos, incluindo iniciativas em hidrogênio verde, combustíveis sustentáveis para aviação (SAF), extração mineral de baixa emissão, fertilizantes verdes e restauração florestal, com foco na Amazônia e Mata Atlântica.
O diretor de Compliance e Riscos do BNDES, Luis Augusto Navarro, também fez questão de destacar o reposicionamento da instituição, que aumentou em mais de 50% o volume de empréstimos nos últimos dois anos, com uma forte ênfase em projetos sustentáveis. “Queremos ser o Banco do Futuro, e não podemos fazer isso dissociados da agenda verde e da transição climática”, declarou Navarro.
Fonte: Reprodução/ Agência Gov