Bolsonaristas jogam a toalha sobre projetos da anistia e do aborto

Lideranças bolsonaristas já desistiram da possibilidade de avançar com os polêmicos projetos da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro e do aborto na Câmara ainda em 2024. Com informações do Metrópoles.

Nos bastidores, deputados próximos a Jair Bolsonaro reconhecem que precisarão buscar o próximo presidente da Câmara, provavelmente Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar aprovar as propostas em 2025. Quanto ao PL da anistia, os bolsonaristas admitem que não há ambiente político para votar a proposta neste momento, especialmente após a Polícia Federal divulgar detalhes da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Desde que Arthur Lira (PP-AL) retirou o projeto da Comissão de Constituição e Justiça com a promessa de criar uma comissão especial para analisar o mérito, o cenário político se complicou para o avanço da proposta. Além da evolução do inquérito sobre o golpe, o suicídio de um homem-bomba em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro, e a revelação pela PF de um plano de militares bolsonaristas para assassinar Lula, contribuíram para o adiamento.

Quanto ao projeto de legalização do aborto, que equipara o procedimento após 22 semanas ao crime de homicídio, ele também está parado na Câmara desde abril, devido à pressão de setores da sociedade contrários ao texto. Após ser pressionado, Lira prometeu criar um grupo de trabalho para debater a proposta, mas desde então, o colegiado não foi formado, e o projeto ficou estagnado.

Para as lideranças bolsonaristas, o PL do Aborto seria mais “simples” de avançar do que o PL da Anistia, já que o texto sobre a interrupção da gravidez já teve o requerimento de urgência aprovado na Casa.