Certificação contra aftosa abre mercado internacional para produtos do Piauí
O Piauí foi reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação foi recebida na cidade de Paris, na França, pelo Secretário de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária, Fábio Abreu, durante evento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
“O Piauí não era classificado como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que impedia a exportação de nossos produtos. Agora, com essa certificação, podemos comercializar para qualquer parte do mundo”, destacou o secretário.
Com a nova classificação, países como o Japão passam a considerar a importação de produtos do estado. Desde maio de 2023, está proibida a vacinação contra a doença em todo o território nacional.
“Desde o ano passado não se pode mais vacinar contra a aftosa no Brasil. Por isso, precisamos fortalecer o nosso rebanho para que ele seja mais resistente a possíveis surtos”, afirmou o secretário.
Genética para pequenos produtores
Devido aos avanços da qualidade do rebanho piauiense, foi lançado o programa “Piauí Mais Genética”, voltado ao melhoramento genético de bovinos, suínos, caprinos e ovinos.
A iniciativa, que antecipa a exigência sanitária internacional, oferece sêmen de alta qualidade a pequenos criadores.
“Pequenos produtores estão recebendo o sêmen dos melhores touros do Brasil. O primeiro bezerro fruto do programa nasceu em Alagoinha do Piauí, e tem qualidade muito superior aos outros da mesma região. Isso é um avanço muito importante”, explicou o secretário.
O secretário informou ainda que, esses animais são mais resistentes a doenças e têm estrutura de carcaça mais valorizada no mercado. A proposta busca tornar pequenos produtores competitivos nacional e internacionalmente.
“O programa foca o pequeno produtor, que muitas vezes não tem matrizes puras. Mesmo com animais mestiços, ao receber sêmen de alta qualidade, eles conseguem melhorar seu rebanho”, completou.
Alerta com gripe aviária
O secretário também comentou sobre a preocupação com a gripe aviária, após a confirmação de caso no estado do Rio Grande do Sul. Apesar de o Piauí não ser um grande produtor de aves, o estado mantém vigilância sanitária rigorosa para evitar que o vírus, trazido por aves migratórias, atinja as granjas comerciais.
O secretário pontuou que, mesmo o Piauí produzindo para consumo interno, um eventual foco no estado poderia prejudicar as exportações de grandes produtores.
“O Brasil é o maior exportador de frango do mundo. Um único caso pode levar ao bloqueio de importações por países como a China. As consequências são sérias, tanto econômicas quanto para a saúde dos animais”, concluiu.
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