Com novo corte de Lula, Bolsa Família atinge menor nível em 3 anos

O número de famílias atendidas pelo Bolsa Família caiu para o menor patamar em três anos. Entre junho e julho de 2025, cerca de 855 mil famílias deixaram o programa, somando agora 19,6 milhões de beneficiários, um recuo de 2,3 milhões desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Ministério do Desenvolvimento Social atribui a redução principalmente ao aumento da renda dos beneficiários. Em julho, cerca de 1 milhão de domicílios foram excluídos por terem ultrapassado os limites de renda previstos para permanência no programa. Destes, 536 mil cumpriram o período máximo de 24 meses permitido pela chamada Regra de Proteção, que garante metade do benefício para famílias com renda per capita entre R$ 218 e meio salário mínimo. Outros 385 mil superaram o teto de R$ 759 por pessoa, critério que desclassifica automaticamente do auxílio.

Foto: Lucas Dias/GP1Cartão do Bolsa Família

Cartão do Bolsa Família

O governo também intensificou medidas para identificar cadastros irregulares e aprimorou os mecanismos de fiscalização, como explicou a pasta. A modernização do Cadastro Único e a integração com o Cadastro Nacional de Informações Sociais facilitaram a atualização automática das informações de renda e a exclusão de beneficiários que já não se enquadram nos critérios. Desde o início de 2025, o governo identificou inconsistências como número de beneficiários superior ao de moradores em determinadas cidades e tem investigado 1,4 milhão de famílias com indícios de irregularidade.

Além das ações de fiscalização, o corte no número de beneficiários também reflete ajustes no orçamento. Para 2025, estão previstos R$ 158,6 bilhões para o Bolsa Família, abaixo dos R$ 168,2 bilhões executados em 2024. O desembolso mensal, que chegou a R$ 15 bilhões em junho do ano passado, caiu para menos de R$ 14 bilhões atualmente.

A Regra de Proteção segue vigente para famílias com renda intermediária, permitindo permanência parcial no programa por até 24 meses. Para famílias com pessoas com deficiência que recebem o BPC, o período pode ser de até 12 meses, devido à necessidade de revisão periódica. O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que a fiscalização continuará nos próximos meses para garantir a correta destinação dos recursos.

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