CRM-PI constata sobrecarga médica na UPA de Picos

O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) realizou no último sábado (26) duas fiscalizações no município de Picos, no sul do estado. As inspeções ocorreram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e no mutirão de cirurgias de varizes promovido no Centro Integrado de Saúde de Picos (CISP).

Durante a visita à UPA, foi constatada uma alta sobrecarga de trabalho enfrentada pelos médicos plantonistas. Segundo o levantamento, a unidade atende cerca de 300 pacientes por dia, sendo que o atendimento é dividido entre apenas dois médicos durante o dia e dois à noite, o que compromete a qualidade da assistência prestada.

Divulgação / CRM-PI
Divulgação / CRM-PI

O presidente do CRM-PI, Dr. João Moura Fé, esteve presente na fiscalização e informou que o Conselho encaminhará um relatório à Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e à organização social gestora da UPA, a Fundação Caminho de Damasco, solicitando a contratação urgente de mais médicos para a unidade.

“É inviável manter um fluxo tão alto de atendimentos com um número tão reduzido de profissionais. Isso afeta diretamente a segurança dos pacientes e o bem-estar dos médicos”, destacou o presidente do CRM-PI.

Mutirão atendeu 500 pacientes, mas CRM cobrará continuidade do tratamento

No caso do mutirão de cirurgias de varizes, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde de Picos entre os dias 24 e 26 de julho, o CRM-PI avaliou que foram seguidas as normas previstas pela Resolução CFM nº 2.371/2023, que regulamenta a realização desse tipo de ação em saúde pública. Cerca de 500 pacientes foram atendidos para avaliação e realização de procedimentos vasculares.

A fiscalização confirmou a presença de responsável técnico habilitado, além da estrutura mínima exigida, incluindo retaguarda hospitalar para possíveis intercorrências. A gestão municipal, a Fundação responsável e o secretário municipal de Saúde, Dr. Thales Coelho, foram reconhecidos pelo cumprimento das exigências do Conselho Federal de Medicina.

Entretanto, o CRM-PI vai cobrar a continuidade do tratamento, com a realização de sessões adicionais de escleroterapia com espuma, já que uma única aplicação não é suficiente para garantir os resultados esperados no tratamento de varizes.

“É essencial que os mutirões ofereçam tratamento completo e resolutivo. Sessões isoladas não atendem à demanda clínica desses pacientes”, reforçou o Conselho.

CRM-PI reforça normas para mutirões de saúde

O CRM-PI lembra que todos os mutirões realizados no estado devem ser comunicados ao Conselho com pelo menos 30 dias de antecedência, para que haja vistoria técnica e avaliação da conformidade com a Resolução CFM nº 2.371/2023.

Entre os critérios obrigatórios estão: presença de médico responsável técnico com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) na área correspondente, vínculo com hospital de retaguarda, estrutura adequada e garantia da continuidade do cuidado ao paciente.

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