Curso sobre pé diabético capacita profissionais e busca reduzir amputações

O pé diabético é uma das complicações mais graves da diabetes, caracterizada por lesões nos pés que, quando não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem levar a amputações. O Piauí aparece entre os estados com índices preocupantes nesse cenário, com registros diários de pacientes internados em hospitais da capital por problemas circulatórios decorrentes da doença.

Para enfrentar essa realidade, o Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI) promoveu no último sábado (23), em Teresina, o primeiro curso prático “ABCDE do Pé Diabético”, voltado para médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A capacitação teve como base o livro de mesmo nome, lançado na noite anterior.

Formação prática e acessível

O curso apresentou técnicas de avaliação clínica, classificação de risco e orientações para o autocuidado dos pacientes diabéticos. De acordo com os organizadores, os médicos Igor Santos e João Pedro Mendes, a proposta foi oferecer uma formação acessível, que mostre que a prevenção é eficaz e de baixo custo.

“O objetivo é a gente ofertar uma capacitação que vai, além de conscientizar médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, a preparar um laboratório adequado para cuidar do paciente. diabético, avaliando o pé diabético, porque a nossa grade curricular atualmente não abrange isso, ela não abarca todos esses desafios, principalmente aqueles que a gente se vê na prática. Então, às vezes a gente pensa que é muito caro quando se fala de prevenção, prevenir a amputação, mas na verdade não, porque a atenção primária, a prevenção primária, que é a gente prevenir a doença antes que ela aconteça, ela é de baixo custo, ela não precisa de uma tecnologia, de altos recursos. É isso que o nosso curso vem para mostrar”, destacou o médico Igor Santos.

Impacto social e expansão

Segundo os especialistas, cada amputação representa não apenas a perda de um membro, mas também impactos emocionais e sociais para o paciente e sua família.

“Amputar um membro não é só uma cirurgia, é amputar uma vida. É amputar uma oportunidade, é amputar a produtividade de um cidadão que poderia estar produzindo, trabalhando em benefício de todos nós. Isso é muito triste e chamar atenção para esse tema é de extrema importância”, ressaltou Wilson Granjeiro, médico ginecologista e obstetra.

Diante da repercussão positiva, o SIMEPI já planeja expandir o curso para outras cidades do interior do estado, começando por Floriano, onde será lançada também a segunda edição do treinamento.

“Várias prefeituras já estão nos procurando, como também instituições médicas nas cidades do interior. Nós estamos planejando uma viagem em direção ao Sul do Piauí, começando por Floriano, onde vai ser lançado o livro. E também já a segunda edição do curso, lá no auditório da Unimédica, a instituição também é uma cooperativa de médicos, que está aberta para dar o apoio a essa iniciativa”, finalizou Lúcia Santos, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi).

cidadeverde

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