Donald Trump pode usar exclusão do Brasil do sistema Swift como retaliação econômica
A administração de Donald Trump pode recorrer a uma poderosa arma econômica contra o Brasil em meio à escalada das tensões comerciais e políticas entre os dois países: a exclusão de instituições brasileiras do sistema financeiro internacional, mais especificamente do sistema Swift. Essa medida impediria transações monetárias com instituições estrangeiras, isolando financeiramente o país.
O impacto seria imediato. Bancos brasileiros afetados perderiam a capacidade de enviar e receber recursos do exterior. Em uma economia globalizada, a exclusão do Swift é considerada uma espécie de “bomba atômica” econômica, pois paralisa exportações, importações, investimentos e remessas, deixando o país praticamente “ilhado”.
A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pode aumentar o risco de sanções mais duras por parte do governo Trump. Entre as opções de retaliação, a exclusão do Brasil do sistema financeiro internacional figura entre as mais extremas.
Logo após a decisão de Moraes, o Departamento de Assuntos do Hemisfério Ocidental — órgão do Departamento de Estado dos Estados Unidos — criticou duramente a medida.
“Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”, afirmou o órgão nas redes sociais.
Medidas semelhantes já foram aplicadas contra a Rússia, devido à Guerra da Ucrânia, e contra o Irã, por questões nucleares.
O que é o Swift e por que ele é crucial no comércio global
Criado em 1973, o Swift — sigla para Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais — é uma rede global de mensagens que facilita transações entre instituições financeiras. Atualmente, conecta cerca de 11,5 mil bancos e organizações em mais de 200 países.
A cada três dias, o volume movimentado equivale ao PIB mundial de um ano. Sediado em La Hulpe, na Bélgica, o Swift é regido pela legislação da União Europeia.
gp1