Empresa chama mulher de ‘macaca’ em e-mail após reconhecimento facial em aplicativo
Uma internauta, identificada apenas como Susan, de 35 anos, denunciou a empresa Magazine Luiza por injúria racial após receber um e-mail onde seu nome aparecia como “macaca”, logo após ela ter feito o reconhecimento facial no aplicativo.
Em vídeos publicados nas redes sociais, gravados no dia 5 de janeiro, ela apareceu na porta da delegacia onde preencheu um boletim de ocorrência por racismo. Susan teria relatado que, no dia 4, havia comprado uma máquina de lavar pelo aplicativo da empresa de varejo e, no dia seguinte, viu o e-mail.
Devido ao grande intervalo de tempo sem usar o aplicativo, a empresa sugeriu atualizar algumas informações como alterar o endereço digital e o endereço de sua residência. Todas as confirmações que ela estava recebendo até então, vieram com o nome dela escrito. Porém, logo após realizar o reconhecimento facial, recebeu o e-mail a chamando de “macaca”.
“Quando eu abro o e-mail, para acompanhar meu pedido, estava escrito ‘olá, macaca’. Eu parei… ‘Olá, macaca’… Eu saí do e-mail. Eu entrei no e-mail. Eu saí do e-mail. Eu entrei no e-mail. Eu atualizei a página. Eu fechei o Outlook. E eu entrei de novo e eu falei: ‘macaca, jura? Eu tô sendo xingada de macaca?’”, contou.
Susan abriu seu cadastro, para conferir como estava escrito seu nome, e estava correto. Ela, então, foi olhar todos os e-mails que havia recebido e, o único que trazia o nome “macaca”, foi o feito após o reconhecimento facial.
“Fiquei parada uns 20 minutos na cama, sem entender o que estava acontecendo. Sem entender o que eu tinha que fazer. Se estava acontecendo comigo mesmo. Eu chorei em casa, chorei vindo [para a delegacia], chorei aqui. É tão esquisito que você não sabe nem como falar”, desabafou.
Segundo informações coletadas pelo Metrópoles, a empresa teria lamentado, por meio de nota, os constrangimentos sofridos pela cliente. A empresa também reforçou seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação e esclareceu que o fato ocorrido não tem nada a ver com o reconhecimento facial, que, tanto quanto as mensagens de confirmação, são feitas de forma 100% digital, sem qualquer interação humana.
Além disso, a Magazine Luiza também informou que, para evitar que outros casos assim aconteçam, o campo “apelido” foi excluído dos formulários cadastrais e uma lista de palavras inapropriadas foi adotada.