Escala 6×1: Após se dizer contra, Léo Picon é processado por ex-funcionária por não assinar carteira

Léo Picon, influenciador digital e empresário, está no centro de uma nova polêmica envolvendo questões trabalhistas. O famoso irmão de Jade Picon e herdeiro da família Picon, que recentemente se manifestou contra a PEC que visa eliminar a escala de trabalho 6×1, está sendo processado por uma ex-colaboradora, que o acusa de não assinar sua carteira de trabalho durante o período em que prestou serviços para o “Picon’s RockStar Café”, localizado em Recife.

A ex-funcionária, que trabalhava com uma jornada de trabalho de 6 dias por semana — das 17h às 00h45, com uma folga na quinta-feira — revelou no processo que, apesar de cumprir uma carga horária intensa e regular, nunca teve seu vínculo de trabalho formalizado. Além disso, ela alegou que recebia apenas R$ 5,00 por entrega, ou R$ 120,00 por diária, quando assumiu a função de Gerente de Operações, onde trabalhava das 16h30 às 3h, de quinta-feira a domingo.

O caso chama a atenção pelo fato de que Léo Picon, que recentemente se posicionou contra a PEC que tenta reduzir a jornada de trabalho em regime de escala 6×1, se vê agora no epicentro de um processo trabalhista envolvendo, justamente, essa mesma escala de trabalho.

Foto: Reprodução/ Instagram
Léo picon

Defesa e controvérsias

A defesa de Léo Picon se defendeu alegando que ele não é sócio do restaurante onde a ex-funcionária trabalhou, e sim apenas um investidor que emprestou uma quantia significativa para um amigo abrir o estabelecimento. Segundo a defesa, o valor emprestado foi de R$ 288.953,50. Picon também revelou que a amizade com o empresário foi abalada após ele não receber o pagamento da dívida, o que, segundo o influenciador, reforçaria seu distanciamento do caso.

Porém, a juíza Paloma Daniele Borges dos Santos Costa não acatou o argumento e decidiu que Léo Picon, embora não seja o proprietário formal do negócio, é, sim, sócio do restaurante. A decisão, portanto, o torna réu no processo, que solicita uma indenização de R$ 25.968,62 por danos trabalhistas, como a não assinatura da carteira de trabalho e a falta de direitos trabalhistas básicos.

Impacto da decisão

A situação se torna ainda mais interessante quando observamos o contexto da fala pública de Léo Picon sobre a escala 6×1, um regime que ele criticou recentemente em suas redes sociais, destacando os prejuízos à qualidade de vida dos trabalhadores. Essa aparente contradição entre seu discurso e as acusações feitas pela ex-funcionária pode gerar uma reflexão sobre a postura dos influenciadores e empresários em relação aos direitos trabalhistas, especialmente quando esses se tornam protagonistas em questões públicas.

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