Fake News do PIX cobrar imposto em janeiro ajudou ao PCC lucrar diz Secretário da Receita

A campanha de desinformação que circulou em janeiro deste ano, afirmando que o governo planejava taxar o Pix, teria facilitado a entrada do Primeiro Comando da Capital (PCC) em fintechs e sistemas de pagamento, segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.

Em entrevista nesta quinta-feira (28), durante a apresentação dos resultados da operação Carbono Oculto, Barreirinhas afirmou que a disseminação de notícias falsas dificultou a fiscalização dessas instituições.

“O que aconteceu em janeiro todos nós sabemos. A Receita Federal recebeu o maior ataque da sua história, de mentiras, de fake news, dizendo que aquela instrução normativa tratava de tributação de meios de pagamento”, declarou.

Normativa derrubada pela pressão

Em setembro de 2024, a Receita havia publicado uma norma que estendia às fintechs as mesmas obrigações de transparência e prestação de informações já exigidas de bancos e outras instituições financeiras há mais de 20 anos. A medida começaria a valer em janeiro de 2025.

No entanto, uma onda de vídeos e publicações contrárias viralizou nas redes sociais, levando comerciantes e usuários a acreditar que haveria cobrança de impostos sobre transações via Pix. O movimento gerou boicotes, pressão política e queda na aprovação do governo, o que resultou na revogação da instrução normativa.

“Essas fake news foram tão fortes que, apesar do esforço da Receita Federal, não conseguimos enfrentá-las. Estava prejudicando o uso do Pix e tivemos que dar um passo atrás. As operações de hoje mostram quem ganhou com essas mentiras”, afirmou Barreirinhas.

Interesse do setor

O secretário reforçou que a maioria das instituições financeiras tem interesse em colaborar no combate à lavagem de dinheiro e destacou que a regulamentação das fintechs era um passo natural.

“Depois de muito debate com o sistema financeiro, fizemos o óbvio: publicamos uma instrução normativa estendendo às fintechs as mesmas obrigações de transparência e prestação de informações que todas as instituições financeiras já têm no Brasil”, disse.

meionorte

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