Fernanda Torres perde o Oscar como atriz, mas faz história
Fernanda Torres perdeu o Oscar de melhor atriz na noite deste domingo (2). Ela concorria à estatueta pelo filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles.
O troféu era disputado também pelas americanas Demi Moore, de “A Substância”, e Mikey Madison, por “Anora”, pela espanhola Karla Sofía Gascón, que fez “Emilia Pérez”, e ainda pela britânica Cynthia Erivo, de “Wicked”.
Veículos especializados apontavam que Torres havia aumentado suas chances no Oscar por ter vencido o Globo de Ouro de melhor atriz em drama há dois meses. Ela vinha se dedicando a uma campanha intensa de divulgação do filme, que incluiu exibições para votantes do Oscar, participações em programas de auditório americanos, e entrevistas a importantes veículos especializados em cinema.
Se tivesse vencido, Torres se tornaria a primeira brasileira campeã nessa categoria da premiação mais importante do cinema. Antes dela, sua mãe Fernanda Montenegro ganhou uma nomeação ao mesmo troféu por “Central do Brasil”, em 1999, filme também dirigido por Walter Salles.
Em “Ainda Estou Aqui” Torres interpreta Eunice Paiva, que teve de criar sozinha os cinco filhos quando perdeu seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, para a ditadura militar. O filme é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que escreveu também “Feliz Ano Velho”.
Vestido da Chanel
Fernanda Torres, indicada a melhor atriz no Oscar pelo filme “Ainda Estou Aqui”, usou as redes sociais para mostrar o look que escolheu para a cerimônia, que acontece em Los Angeles, neste domingo (2).
No vídeo em preto e branco, ela canta a música “Com Que Roupa?”, de Noel Rosa, enquanto se prepara para o evento. No registro, é possível ver que a atriz usa um vestido preto da Chanel, grife de luxo francesa. A roupa tem plumas e paetês, numa alusão ao Carnaval e à brasilidade. A cor preta, por outro lado, segue a sobriedade de Eunice Paiva, papel de Torres em “Ainda Estou Aqui”.
A cerimônia deste ano é especial para os brasileiros porque “Ainda Estou Aqui” foi indicado em três categorias –melhor atriz para Fernanda Torres, melhor filme internacional e melhor filme.
A produção é o primeiro filme brasileiro a disputar a principal categoria da premiação, cuja primeira edição aconteceu em 1929, e o quinto a disputar na categoria de longa internacional –o primeiro foi “O Pagador de Promessas”, em 1963, seguido de “O Quatrilho”, em 1995, “O Que É Isso, Companheiro?”, em 1998, e “Central do Brasil”, também de Salles, em 1999.
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” acompanha a história de Eunice Paiva, papel de Torres mulher que lutou pelo reconhecimento da morte de seu marido, Rubens Paiva, durante o período da ditadura militar.
O filme é a produção nacional com a maior bilheteria desde a pandemia, tendo faturado mais de R$ 73 milhões desde sua estreia em novembro, com um público superior a 3,3 milhões de pessoas.
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