Flávio quer suspender julgamento de Bolsonaro com precedente de Lula na Lava Jato

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta terça-feira, 9, que apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de suspensão e anulação do julgamento que tem como réu seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A iniciativa do presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado se baseia em documentos entregues por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, que acusa o magistrado de fraudes e irregularidades processuais.

Segundo Flávio, a estratégia é semelhante à adotada pelo atual presidente Lula para reverter suas condenações na Lava Jato, após a divulgação das mensagens da Operação Spoofing: “Assim que tomarem ciência, eles têm que suspender”.

Um parecer da advocacia do Senado, encomendado por Flávio, reconhece que parte do material é sigiloso e de difícil comprovação, mas sustenta que a situação é análoga à que beneficiou Lula em 2019.

“Vamos oficiar todos os ministros do STF para que tomem ciência desta grave denúncia de fraude processual, feita por um membro do próprio STF, solicitando que seja aberta uma investigação e que seja suspenso esse julgamento em andamento até que a apuração seja concluída, pelo bem da democracia”, declarou o senador.

As falas de Flávio ocorreram logo após Moraes concluir seu voto pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus acusados de suposta tentativa de golpe de Estado. O parlamentar criticou a postura do ministro, que preside a ação: “Moraes parecia o líder do governo do PT no Supremo, proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova, como quem está ali praticando uma vingança, porque, na cabeça dele, parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo”, afirmou.

Questionado sobre a declaração do advogado do general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, de que teria atuado para dissuadir Bolsonaro de tentar um golpe, Flávio rebateu, alegando que não houve articulação nesse sentido. “O que foi conversado lá e foi admitido foi Estado de defesa ou de sítio, que está na Constituição. Como não havia base para nada, foi todo mundo para casa e nada aconteceu”, disse. “Como isso foi tentativa de golpe?”

Com o envio dos documentos de Tagliaferro, a oposição pressiona para que o STF interrompa o julgamento e investigue as denúncias contra Moraes antes de dar prosseguimento à ação penal.

Nesta terça-feira, além de Moraes, o ministro Flávio Dino também votou pela condenação de Bolsonaro. Ainda restam votar os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e o presidente da 1ª Turma do STF, Cristiano Zanin.

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