Governo Lula já trocou ministros mais de dez vezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo titular da Secretaria-Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo, que ocupava o cargo desde janeiro de 2023. A mudança marca a 13ª troca no comando de ministérios desde o início do atual governo e a sétima apenas em 2025, refletindo o ritmo acelerado das alterações na Esplanada.
A Secretaria-Geral é responsável por articular o governo com movimentos sociais e por coordenar ações estratégicas da Presidência. A chegada de Boulos, deputado federal e liderança histórica do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), reforça o movimento de Lula em reaproximar o governo de setores populares e da esquerda.
As mudanças ministeriais vêm ocorrendo de forma contínua desde o início do ano. Segundo interlocutores do Planalto, o presidente iniciou as conversas sobre ajustes ainda no fim de 2024, mas a implementação tem sido gradual. Parte das substituições está relacionada a ajustes políticos e de desempenho, enquanto outras foram provocadas por investigações que atingiram ministros.
Duas das trocas deste ano, inclusive, não estavam previstas: as saídas de Juscelino Filho (Comunicações) e Carlos Lupi (Previdência Social) ocorreram após ambos se tornarem alvos de apurações. Outras mudanças envolveram as pastas da Secretaria de Comunicação Social, Saúde, Relações Institucionais, Mulheres e agora a Secretaria-Geral, áreas que antes tinham forte influência do PT.
Apesar da dança das cadeiras, Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esportes) permanecem nos cargos, mesmo após os partidos aos quais pertencem orientarem o desligamento de filiados do governo. A falta de definição sobre a permanência ou não dos dois mantém o clima de incerteza na Esplanada dos Ministérios.
Entre as principais trocas promovidas por Lula desde o início do mandato estão as ocorridas nos ministérios da Justiça, Direitos Humanos, Portos e Aeroportos, Turismo, Esportes, Gabinete de Segurança Institucional, Secretaria de Comunicação Social, Ministério das Mulheres e, agora, Secretaria-Geral da Presidência, evidenciando a busca do presidente por um novo equilíbrio político em seu terceiro governo.
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