Governo Trump dobra para US$ 50 milhões recompensa por informações de Maduro

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (7) que aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) o valor da recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O comunicado foi feito pela procuradora-geral Pam Bondi.

A medida, segundo Bondi, se baseia na avaliação de que Maduro representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Ela afirmou que o presidente venezuelano é “um dos maiores narcotraficantes do mundo” e que utiliza grupos classificados como terroristas para enviar drogas aos Estados Unidos.

O aumento da recompensa acontece meses após o governo Biden já ter elevado o valor anterior, de US$ 15 milhões para US$ 25 milhões, em resposta à reeleição de Maduro, realizada em 2024, e considerada ilegítima por parte da comunidade internacional.

ACUSAÇÕES

De acordo com o Departamento de Justiça americano, Maduro é acusado de envolvimento com narcotráfico, importação ilegal de cocaína, uso de armas e participação em organização criminosa. Ele é apontado como líder do chamado “Cartel de los Soles”, grupo recentemente classificado pelos EUA como organização terrorista internacional.

As autoridades informaram ainda que mais de US$ 700 milhões em bens ligados a Maduro já foram apreendidos, incluindo dois jatos e nove veículos. Também foram interceptadas 30 toneladas de cocaína ligadas ao esquema — sendo quase 7 toneladas com conexão direta ao presidente venezuelano. Segundo a procuradora, parte da droga estaria misturada com fentanil.

Apesar das acusações, a medida tem efeitos práticos limitados. A recompensa vale apenas em território americano e não representa um pedido de prisão internacional. Maduro permanece no comando da Venezuela e mantém relações diplomáticas com países como Rússia, China e Irã.

Além de Maduro, os EUA também oferecem recompensas por informações sobre outros integrantes do alto escalão do governo venezuelano, como Diosdado Cabello Rondón, ministro do Interior, Justiça e Paz, e Vladimir Padrino López, ministro da Defesa.

Maduro está no poder desde 2013, após a morte de Hugo Chávez. Seu governo é acusado por opositores e por organizações internacionais de restringir liberdades, reprimir protestos e manipular o sistema eleitoral. Nas eleições de 2024, o candidato opositor Edmundo González teria vencido a disputa, mas foi forçado ao exílio. A líder Maria Corina Machado também foi alvo de perseguição e chegou a ser presa por algumas horas.

Desde 2009, a Constituição da Venezuela permite reeleições indefinidas para o cargo de presidente.

meionorte

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