Hackers invadem empresa ligada ao Pix e desviam R$ 400 milhões
Um ataque cibernético de grande escala atingiu, nesta terça-feira (1º), os sistemas da C&M Software, empresa que atua como ponte entre instituições financeiras e o Pix, além de outros serviços do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Segundo apuração do Valor Econômico, hackers conseguiram acessar contas reservas de ao menos cinco instituições financeiras, desviando R$ 400 milhões.
A C&M é responsável pela comunicação em tempo real entre bancos e o Banco Central. Após a invasão, a empresa foi desconectada do ambiente do BC, enquanto autoridades iniciaram uma força-tarefa para investigar o incidente, que já mobiliza a Polícia Civil de São Paulo e deve contar também com o envolvimento da Polícia Federal.
Como o ataque aconteceu
Em nota, a C&M afirmou ser vítima direta do ataque e declarou que os criminosos utilizaram credenciais de clientes para tentar invadir o sistema. A companhia assegura que seus sistemas críticos permanecem íntegros e operacionais, e que as ações de segurança previstas em protocolo foram adotadas.
“Por orientação jurídica e em respeito ao sigilo das apurações, a C&M não comentará detalhes do processo”, informou a empresa.
Bancos afetados e medidas tomadas
Uma das instituições afetadas foi a BMP, que confirmou a perda de recursos da sua conta reserva no Banco Central. A empresa declarou que nenhum cliente foi prejudicado e que o impacto ficou restrito aos fundos operacionais da instituição.
“A instituição já adotou todas as medidas operacionais e legais cabíveis e conta com colaterais suficientes para cobrir integralmente o valor impactado, sem prejuízo à sua operação ou a seus parceiros comerciais”, afirmou a BMP em comunicado.
Alerta para o sistema financeiro
O caso levanta preocupações sobre a segurança cibernética no setor bancário brasileiro, especialmente em sistemas de alta sensibilidade como o Pix. A expectativa é que o episódio acelere discussões sobre reforço nas camadas de proteção digital, além de possíveis atualizações no protocolo de comunicação entre bancos e o Banco Central.