Haddad confia em déficit zero em 2024 com compensação da desoneração da folha
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou otimismo quanto à possibilidade de o Brasil alcançar déficit fiscal zero ainda este ano, durante a 25ª Conferência Santander, realizada em São Paulo. Haddad afirmou que a compensação da desoneração da folha de pagamentos é crucial para atingir a meta fiscal estabelecida.
Expectativas de Crescimento
Em seu discurso, Haddad destacou a convicção de que o Brasil pode crescer em patamares iguais ou superiores à média global. “Não vejo razão para crescermos menos do que a média mundial. Precisamos transformar a média global em um piso para o crescimento da economia brasileira”, declarou. Ele atribuiu esse potencial ao equilíbrio das contas públicas, a boa inserção do país nos mercados internacionais e aos diferenciais competitivos do Brasil.
O ministro também sublinhou o impacto positivo da transição verde e das boas relações do país com nações-chave como Estados Unidos, Europa e China. Haddad mencionou os esforços desde dezembro de 2022, que incluem o reequilíbrio fiscal, a recomposição da base de arrecadação e a superação do calote dos precatórios, como fundamentais para a recuperação econômica.
Meta Fiscal e Reforma Tributária
Haddad abordou a importância da aprovação do Novo Arcabouço Fiscal e da primeira etapa da Reforma Tributária. A compensação da perda de arrecadação devido à prorrogação da desoneração da folha é um dos principais desafios para atingir a meta fiscal de 2024. “Se tudo correr como previsto no Senado, isso vai nos permitir cumprir a meta de 2024”, afirmou o ministro.
Ele ressaltou que o governo está adotando medidas para garantir o cumprimento das metas fiscais, incluindo a contenção de despesas e a revisão de gastos públicos. A contenção de R$ 15 bilhões em despesas e a análise de gastos são parte das ações em curso para restaurar o equilíbrio fiscal.
Perspectivas Econômicas
Haddad expressou confiança na recuperação econômica, citando indicadores positivos como a geração recorde de empregos e o controle da inflação. Em junho de 2024, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) registrou a criação de 201.705 novos postos de trabalho, enquanto o saldo positivo entre julho de 2023 e junho de 2024 foi de 1.727.733 empregos celetistas. A inflação de julho, medida pelo IPCA, foi de 0,38%.
O ministro também indicou que as previsões de crescimento econômico podem ser revisadas para cima. “Alguns bancos estão projetando mais de 3% de crescimento para este ano”, disse Haddad, antecipando uma revisão da estimativa oficial que atualmente é de 2,5%.
Desafios e Otimismo
Apesar dos avanços, Haddad reconheceu que o Brasil ainda enfrenta desafios. Ele expressou otimismo sobre a capacidade do país de entrar em um ciclo de crescimento sustentável, confiando no apoio do Congresso e do Poder Judiciário. “Sou muito otimista com o Brasil; acredito que podemos entrar em um ciclo de crescimento sustentável se continuarmos fazendo o que precisa ser feito”, concluiu.
Fonte: Reprodução/ Agência Gov