Haddad: governo não vai retaliar EUA e calibra plano contra tarifaço

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (01/08) que o plano de contingência para mitigar os efeitos do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras está em fase final. Segundo ele, a equipe econômica está ajustando os números com apoio de sindicatos e da Casa Civil, e a proposta será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias. Haddad destacou que algumas empresas podem não precisar de auxílio, pois têm condições de redirecionar sua produção.

O governo norte-americano, sob comando de Donald Trump, oficializou a tarifa por meio de uma ordem executiva assinada na última quarta-feira (31/07). A medida impõe um acréscimo de 40% a uma alíquota já existente de 10%, totalizando 50% sobre diversos produtos brasileiros. Apesar disso, cerca de 700 itens, como suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minério de ferro, ficaram de fora da nova tarifa e serão taxados apenas com os 10%.

Haddad frisou que o governo brasileiro não pretende retaliar os Estados Unidos e que utilizará canais diplomáticos e instâncias internacionais para defender os interesses do país. “Nunca usamos esse verbo [retaliação] e não vamos começar agora”, disse o ministro. Ele ressaltou que o foco é proteger a indústria e a agricultura nacionais, com medidas já formatadas a serem avaliadas por Lula na próxima semana.

Além das medidas internas, Haddad anunciou uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para discutir o impacto das tarifas. Ele também afirmou que o Brasil buscará reverter a decisão por meio de recursos formais em instâncias norte-americanas e organismos multilaterais. A iniciativa visa demonstrar que o tarifaço não é benéfico nem para os EUA nem para seus parceiros comerciais.

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