Inflamação, varizes ou lipedema: novo estudo diferencia causas e tratamento
Sensação de peso, inchaço, dor e cansaço nas pernas são sintomas frequentes entre mulheres, mas recentemente vêm acompanhados de um diagnóstico claro. Afinal, essa dor é causada por varizes? Lipedema? Inflamação nos tecidos? Ou tudo isso junto?
Segundo o cirurgião vascular e especialista no tratamento clínico de lipedema no país, Dr. Vitor Cervantes Gornati, o objetivo do novo estudo é colocar um filtro: o que é do lipedema, o que é de varizes, o que é de intensidade e como é possível tratar cada uma dessas condições individualmente. “Isso porque nem todo mundo precisa operar varizes ou quer operar de lipedema, então queremos incluir todos os pacientes em tratamentos específicos e não fazer algo igual para todos”, comenta o especialista.
Uma tecnologia diagnóstica, utilizada no novo estudo, permite diferenciar com precisão a causa dos sintomas e direcionar o tratamento correto. “É possível enxergar por meio do ultrassom nos membros inferiores os nódulos de gordura, se estes nódulos estão inflamados, qual a espessura dessa gordura, conseguimos ver também a relação da pele com as varizes que estão por baixo, se existe algum problema na veia safena e tudo vai se relacionando com o sintoma que um paciente diz tem de lipedema”.
Foto: Divulgação
Termometria: quanto mais amarelo, mais inflamado
O estudo, que um ultrassom especializado, termometria e algometria, representa um avanço importante na medicina vascular, e pode evitar tratamentos dolorosos em pacientes que não necessitam de intervenções mais invasivas.
Como entender de onde vem a dor?
O lipedema tem mais de 80 anos desde o primeiro diagnóstico, mas a ciência começou a dar mais ênfase para a doença nos últimos 10 anos. “Com este novo estudo, o que queremos entender é como as doenças se relacionam, até onde a dor é do inchaço, do lipedema, das varizes ou da insuficiência da musculatura, e como eu faço o acompanhamento se essa pessoa está melhorando ou não, sem ter dados que mensurem. Como dar números para isso? E este estudo agora nos dá”, avalia.
Como o estudo funciona
Inicia-se com um questionário clínico completo que avalia medidas dos membros inferiores. Em seguida, é feito o exame físico, a algometria, que mede de forma objetiva a sensibilidade à dor – geralmente mais acentuada em pacientes com lipedema. A termometria avalia a temperatura da pele e identifica focos de inflamação ativa. Por fim, um ultrassom avançado examina os nódulos de gordura, sua espessura, a presença de líquido retido na gordura, presença de varizes e insuficiências na veia safena (para poder comparar a população sem lipedema com a população com a doença).
O alívio da dor deve vir após o tratamento clínico eficaz do lipedema, que combina orientação linfática, uso de meias de especificidade e fisioterapia personalizada. A prática de exercícios físicos de baixo impacto é importante para manter a mobilidade e reduzir o inchaço. A orientação nutricional voltada ao controle da melhoria complementa a abordagem.
“É interessante observar como muda os limites da dor do paciente que faz um tratamento clínico bem feito”, finaliza o Dr. Vitor.
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