Janja usa lenço pró-Palestina durante evento do PT em Brasília
A primeira-dama Janja da Silva gerou repercussão neste domingo (03) ao comparecer ao encerramento do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, usando um keffiyeh, tradicional lenço árabe que tem sido amplamente reconhecido como símbolo de apoio político à Palestina e frequentemente visto em manifestações contra as ações militares de Israel na Faixa de Gaza.
O keffiyeh, de origem milenar no cotidiano árabe, ganhou forte conotação política no século XX, tornando-se um ícone de resistência palestina, contudo, seu uso também é associado, nos dias de hoje, a organizações como Hamas, Hezbollah e Jihad Islâmica, grupos classificados como terroristas por diversos países, incluindo os Estados Unidos.
A peça já havia sido utilizada por Lula em pelo menos duas ocasiões públicas. Em junho deste ano, o presidente recebeu o lenço de militantes pró-Palestina durante uma visita a Paris. Já em agosto de 2024, em Santa Catarina, ele usou uma versão do keffiyeh com a frase em árabe “Jerusalém é nossa. Nós estamos chegando” slogan frequentemente utilizado pelo Hamas, interpretado por críticos como uma ameaça direta à soberania israelense.
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, também foi fotografada com o lenço em fevereiro deste ano, após recebê-lo de Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino-Palestino e conhecido por declarações consideradas abertamente antissemitas. Durante o evento, o keffiyeh foi descrito pela cerimonialista como “um símbolo da resistência dos nossos irmãos palestinos”.
O gesto de Janja acontece em um momento de tensão internacional e forte polarização no debate sobre o conflito no Oriente Médio, onde a Faixa de Gaza permanece palco de enfrentamentos entre Israel e o Hamas, que deixaram milhares de civis mortos desde o início da escalada mais recente, em outubro de 2023. Grupos humanitários pedem o fim imediato dos ataques israelenses, enquanto governos ocidentais reforçam a condenação ao terrorismo e a defesa do direito de Israel à autodefesa.
O evento em questão marcou a posse do novo Diretório Nacional do PT, agora sob a presidência de Edinho Silva, ex-ministro e prefeito de Araraquara (SP), que contou com o apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o comando da sigla.