Jovem coloca piercing, tem infecção e precisa de cirurgia
Colocar um piercing exige coragem, não apenas devido à dor, mas também pelos riscos associados. Se o procedimento não for feito corretamente ou se o corpo reagir negativamente, as infecções podem se desenvolver. Com informações do Metrópoles.
Esse foi o pesadelo vivido por Gabriela Lacerda, uma jovem de 21 anos de Minas Gerais, que contraiu uma bactéria após colocar um piercing na orelha e acabou precisando de cirurgia para evitar a perda de parte do órgão.
“Essa foi a dor mais intensa que já senti. O piercing me atrapalhava em atividades simples, como estudar, atender o celular e, principalmente, dormir”, relata a estudante de medicina. Ela optou por um piercing conch, localizado na parte central da orelha, em 13 de setembro. No entanto, o local começou a inchar, doer e apresentar secreções.
O processo de infecção foi gradual. “A cada dia, eu acordava em pior estado, apesar de todos os cuidados e medicamentos. Mesmo após entrar em contato com a pessoa que fez o procedimento, ela insistia que estava tudo normal e que a reação fazia parte do processo de cicatrização”, destaca Gabriela.
No terceiro dia, o inchaço e as secreções se agravaram, levando Gabriela a procurar a pessoa que fez o piercing para removê-lo. “Tive que retirar o piercing em 19 de setembro, e foi muito doloroso”, lembra.
Entretanto, mesmo após a remoção da joia, o inchaço e a vermelhidão persistiram. Gabriela tentou tratar o problema com um antibiótico, mas escolheu o medicamento errado, resultando na continuidade dos sintomas. Um de seus professores sugeriu que ela procurasse ajuda médica.
“No dia 23 de setembro, recebi o antibiótico correto na veia e fui informada que precisava passar por uma cirurgia de emergência para drenar o pus e avaliar uma possível necrose, pois o diagnóstico indicava pericondrite”, relata Gabriela.
A pericondrite é uma infecção do tecido que reveste a cartilagem da parte externa da orelha, chamada aurícula, podendo levar à necrose, a morte celular ou tecidual causada por bactérias. Gabriela compartilhou sua experiência em um vídeo que se tornou viral na internet. “Inicialmente, o vídeo era para meus amigos, sem a intenção de se tornar público. Felizmente, não corri risco de perder a orelha, mas havia o perigo de necrose. Se fosse esse o caso, teriam que remover partes da orelha, o que, mesmo pequeno, poderia comprometer minha aparência”, explica ela.
Quanto ao momento exato em que contraiu a bactéria que causou a infecção, Gabriela não pode afirmar, mas acredita que pode ter ocorrido durante seus estágios em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais, durante seus estudos de medicina.
Após passar três dias no hospital recebendo tratamento e limpezas na orelha, Gabriela foi liberada para continuar a recuperação em casa. “Ainda estou lidando com a vermelhidão e um leve inchaço na orelha. Estou seguindo o acompanhamento pós-operatório com meu cirurgião, e ele diz que minha recuperação está indo muito bem”, conclui a estudante.
Fonte: Metrópoles