Justiça manda a julgamento suspeitos de fraudes milionárias no Detran do Piauí
O juiz João Manoel , da Vara de Delitos de Organização Criminosa, recebeu nesta segunda-feira (05/11) a denúncia do Ministério Público do Piauí contra sete pessoas envolvidas em fraudes contra o Departamento Estadual de Trânsito do Piauí (DETRAN-PI). A acusação, que atinge integrantes de um esquema criminoso que operava desde 2019, inclui crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os acusados, que foram alvos da Operação Turismo Criminoso, deflagrada pela Polícia Civil em setembro deste ano, são: Wallace Fernandes, Bruno Manoel, Pedro Gabriel, Gabriel Seabra A., Carlos André, Thallyson S. e Hélcio Laércio. Dentre as fraudes cometidas, o grupo é acusado de emitir documentos falsos, realizar emplacamentos de veículos inexistentes e efetuar transferências ilegais de propriedade de automóveis, além de envolver financiamento de carros fictícios e movimentação de grandes somas de dinheiro de maneira ilícita.
A investigação, que foi um desdobramento da Operação Hidra de Lerna, revelou que o esquema criminoso, liderado por Wallace e Bruno, operava com o auxílio de “laranjas” para mascarar a origem dos recursos, movimentando aproximadamente R$ 2 milhões em transações fraudulentas. O grupo também utilizava o nome de pessoas interpostas para registrar veículos e abrir contas bancárias fictícias para ocultar o dinheiro obtido de maneira ilícita.
O caso envolve ainda um contexto mais grave: Bruno Arcanjo, um dos acusados, é também réu no homicídio do policial do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), Marcelo Soares, durante a execução de mandados de prisão relacionados à operação. A denúncia foi formulada pelo promotor Marcelo de Jesus, e agora, com a decisão do juiz Ayres, os acusados serão formalmente julgados, com os crimes sendo apurados pelo Tribunal de Justiça do Piauí.
A Operação Turismo Criminoso foi um passo para desmantelar um esquema que prejudicava diretamente o sistema de trânsito do estado e envolvia diversos setores da economia piauiense, como o comércio de veículos e instituições bancárias.
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