Lula alavanca a popularidade após reação a tarifaço de Trump, aponta tracking

Pela primeira vez desde o desgaste provocado pela crise envolvendo o Pix, em janeiro deste ano, a avaliação positiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a superar a negativa. A informação é baseada em levantamentos internos diários (os chamados trackings) conduzidos pelo Palácio do Planalto, segundo revelou a colunista Bela Megale, do Globo.

A recuperação gradual da imagem presidencial vem sendo impulsionada por fatores internos e externos — entre eles, a resposta firme do governo brasileiro diante das sanções comerciais anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O episódio reativou o discurso de defesa da soberania nacional, que vem sendo explorado como bandeira política pelo núcleo de comunicação do governo.

Foto: Reprodução

Justiça tributária ganha força nas redes

Mesmo antes do embate diplomático com os EUA, o Planalto já notava sinais de recuperação na popularidade do presidente. Um dos principais fatores foi o fortalecimento do debate sobre justiça tributária, sobretudo após o Congresso Nacional derrubar decretos do Executivo que elevavam o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A pauta ganhou forte repercussão nas redes sociais, sendo amplamente utilizada pelo governo para sustentar a narrativa de que “os ricos estão pagando mais”. A estratégia, segundo integrantes da comunicação do Planalto, tem colado especialmente entre os eleitores mais jovens e de baixa renda.

Crise internacional vira palanque

No núcleo político do governo, a reação de Trump é vista como uma oportunidade estratégica. O aumento tarifário sobre produtos brasileiros, interpretado como uma medida hostil ao país, está sendo convertido em discurso nacionalista.

Reuniões internas já definiram que o termo “soberania nacional” será central nas próximas ações de comunicação, com o objetivo de reforçar o compromisso do presidente com os produtores brasileiros — especialmente o agronegócio, setor diretamente afetado pelas tarifas.

Nova pesquisa Quaest é aguardada

A expectativa agora se volta para a nova rodada da pesquisa Quaest, que será divulgada na próxima quarta-feira (16). A sondagem, iniciada no dia 10 e encerrada no domingo (13), ouviu 2.004 eleitores em todas as regiões do país. Ela deve apresentar o primeiro retrato público da popularidade de Lula após o embate comercial com os Estados Unidos.

Na rodada anterior, divulgada em 4 de junho, o governo enfrentava um cenário preocupante: 57% de desaprovação e apenas 40% de aprovação. O maior desgaste à época vinha das denúncias de fraudes no INSS, que afetaram diretamente a imagem de eficiência e justiça social defendida pela gestão petista.

Quando o inimigo dá audiência…

Ironicamente, o tarifaço de Trump parece ter funcionado melhor como cabo eleitoral de Lula do que como punição política. A tentativa de enfraquecer o presidente brasileiro fortaleceu o discurso de patriotismo e independência econômica que tanto empolga setores do eleitorado nacional. Para azar da família Bolsonaro, que torcia de camarote por uma crise diplomática “à la Venezuela”, o tiro saiu pela culatra: Trump virou garoto-propaganda involuntário do Planalto — e, convenhamos, ninguém faz campanha para o PT com tanta eficiência quanto seus próprios desafetos.

Com informações do Meio News

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