Lula propõe uma moeda comum para os Brics; Putin não vê com tanta animação a ideia.

A proposta de uma moeda comum para as transações internacionais entre os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) encontra uma barreira significativa: o governo de Vladimir Putin a considera inviável no futuro próximo, apesar do apoio reiterado do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A justificativa da Rússia, entretanto, é permeada por ambiguidades, particularmente considerando seu próprio envolvimento na crise na Ucrânia.

As sanções ocidentais que assolam a Rússia desde sua intervenção na Ucrânia em 2022, dificultaram sua economia e levaram o país a buscar alternativas para suas transações financeiras, como acordos de petróleo em yuans chineses. Embora propagandeie o declínio do dólar nas negociações globais, a Rússia tem enfrentado limitações em suas tentativas de desdolarização. As sanções e a crise interna comprometeram a imagem internacional do país, levantando questionamentos sobre sua capacidade de liderar esforços para uma moeda comum no Brics.

Lula, por outro lado, tem sustentado a ideia de uma moeda própria no Brics como um meio de reviver o grupo como uma entidade alternativa aos tradicionais fóruns econômicos. No entanto, a proposta se choca com as disparidades políticas e econômicas entre os membros, em especial a rivalidade entre China e Índia, que têm se afastado da cooperação no cenário global.

Além disso, a própria Rússia está imersa na crise da Ucrânia, uma situação que põe em xeque sua capacidade de liderar iniciativas no Brics. O país enfrenta acusações de violações de direitos humanos e é alvo de críticas internacionais por sua conduta na região.

Enquanto Lula busca manter relevância internacional, suas tentativas de mediação entre Rússia e Ucrânia revelam-se problemáticas, considerando o conflito em andamento e as ações controversas de Putin. A proposta de uma moeda comum pode parecer ambiciosa, mas a realidade geopolítica e as questões internas de cada país têm desafiado a concretização desse objetivo.

À medida que os líderes do Brics se preparam para a reunião na África do Sul, as tensões geopolíticas e as divergências entre os membros evidenciam as dificuldades de avançar em direção a uma moeda comum. A busca por uma alternativa econômica viável é complicada pelo cenário internacional complexo e pelas limitações de cada nação-membro. Enquanto as conversas continuam, a concretização da proposta de moeda comum do Brics permanece envolta em incertezas.

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