Mauro Cid disse que Bolsonaro pediu monitoramento de Alexandre de Moraes

Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro ordenou o monitoramento do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Conforme a Polícia Federal, Moraes foi seguido por assessores presidenciais como parte de um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor das eleições daquele ano, e promover um golpe de Estado.

— O último monitoramento, a gente faz aquela brincadeira, né, professora tal, foi… essa aí foi o presidente que pediu. Essa aí foi o próprio presidente que pediu — disse Cid.

Os vídeos do depoimento de Mauro Cid foram divulgados nesta quinta-feira após Alexandre de Moraes retirar o sigilo do processo. Na terça, a PGR denunciou Bolsonaro, o ex-ministro Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista. A denúncia, feita pelo procurador-geral Paulo Gonet, será analisada pela Primeira Turma do STF.

Desconfiança de Mourão

Em sua delação, Cid revelou que o ex-presidente Bolsonaro ordenou o monitoramento de Moraes por suspeitar de encontros entre o ministro do STF e o então vice-presidente Hamilton Mourão, atualmente senador.

— A informação é que o senhor iria se encontrar ou com o general Mourão ou com alguém do governo dele. E o presidente estava meio nervoso com isso aí. 

depoimento foi dado na presença de Moraes, que questionou se não seria mais simples consultar a agenda do então vice-presidente. Cid confirmou que isso também foi feito.

— O presidente recebia muita informação não confirmada, muitos informes pelo celular dele. E pelo perfil dele, já ficava nervoso, irritado e mandava verificar. Às vezes, ele (Bolsonaro) aloprava — disse Cid na audiência. 

No primeiro depoimento, a PF perguntou a Cid se havia outro motivo para o monitoramento de Moraes em dezembro de 2022. Cid disse desconhecer qualquer outra razão, afirmando que Bolsonaro não explicou o motivo. As informações sobre Moraes foram repassadas por Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, que o chamava de “professora” nas mensagens.

 

meio norte

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