No Piauí, 61% das pessoas vivendo em domicílios coletivos estão em presídio ou casa de detenção
Piauí contava com 6.197 pessoas vivendo em domicílios coletivos em 2020, é que revelam os dados do Censo Demográfico divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Deste total, 61% das pessoas nessa situação estavam abrigados em penitenciárias, centros de detenção ou estabelecimentos similares.
Formalmente, os domicílios coletivos são definidos na operação censitária como uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, na data de referência, era regida por normas de subordinação administrativa, a exemplo de penitenciárias, hotéis ou pensões, asilo para idosos dentre outros.
O Censo Demográfico 2022 registrou um total de 1.420.444 domicílios recenseados no estado do Piauí, sendo que 1.474 deles enquadravam-se como da espécie domicílio “coletivo”, que representava 0,10% do total no estado. Nos domicílios coletivos residiam 6.197 pessoas, o equivalente a 0,19% do total da população piauiense.
Além de penitenciárias e centros de detenção, a pesquisa do IBGE constatou 680 pessoas vivem em hotel ou pensão, 343 em asilo ou instituições de longa permanência para idosos, 298 em casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis e 2016 em clínicas psiquiátricas ou comunidades terapêuticas.
Conforme o levantamento censitário, o Piauí também possuía 162 pessoas vivendo em orfanatos, 139 em abrigos, albergues ou casas de passagem para população em situação de rua, 113 em alojamentos e 68 em unidades de internação de menores.
Perfil das pessoas privadas de liberdade morando em presídios no Piauí
Das 3.777 pessoas detidas em presídios, consideradas moradoras daquelas instituições em razão de terem sido condenadas pela Justiça com sentença definitiva ou pelo fato de estarem detidas há mais de 12 meses. Nas unidades estaduais foram contados 3.674 homens, o equivalente a 97,27% do total de pessoas detidas, enquanto as mulheres
eram em número de 103, o que representava 2,73%.
Os moradores em prisões do grupo etário de 18 a 39 anos formavam o maior contingente, com 2.981 pessoas (78,9% do total). Abrindo-se os grupos etários, registrou-se que de 18 a 29 anos havia 1.768 pessoas, o equivalente a 46,81% do total. Na sequência vinham os moradores de 30 a 39 anos,
com 1.213 pessoas, o que representava 32,11%. Os grupos etários com menores proporções de pessoas foram os de idade mais avançada, como o de 70 a 79 anos, que contava com 17 pessoas (0,45%), e o grupo de 80 anos ou mais de idade, no qual se encontrava uma única pessoa (0,06%).
Em termos de taxa de alfabetização dos moradores dos presídios, no Piauí 80,03% informaram que sabiam ler e escrever, enquanto que 19,97% não sabiam, o que deixava o estado com a terceira maior taxa de analfabetismo entre os moradores de presídios no país, ficando abaixo apenas do indicador dos estados de Alagoas, com 21,54%, e do Distrito Federal, com 24,32%.
A taxa de analfabetismo observada para os moradores de presídios no estado (19,97%) ficou pouco acima da média observada para o total da população piauiense, que foi de 17,23%. No país, a taxa de analfabetismo para os moradores de presídios foi de 6,59% e as unidades da federação com os menores indicadores foram Santa Catarina, com 2,73%, e São Paulo, com 3,1%.
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