Plano de golpistas falava em ‘neutralizar’ Lula com envenenamento ou ‘colapso orgânico’

O plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, elaborado por egressos das Forças Especiais, os kid pretos, alvo da operação da Polícia Federal de hoje, previa ‘neutralizar” o presidente e o vice com envenenamento e uso de componentes químicos que pudessem causar um “colapso orgânico” sobre o petista.

Nos planos apreendidos pela PF, que previam também a eliminação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, Lula recebeu o codinome Jeca.

O material inclui detalhes de emprego do pessoal em campo, local e armamento a ser utilizado. Parte desses planos era delineada em um grupo de WhatsApp denominado Copa 2022, e que previa a participação de seis pessoas.

Outra parte estava em um documento impresso pelo general da reserva Mario Fernandes no Palácio do Planalto no dia 9 de novembro de 2022, com o planejamento do “Punhal Verde e Amarelo”, como eles mesmo chamavam a trama para matar Lula.

De acordo com esses planos, o assassinato de Lula ocorreria no dia 15 de dezembro de 2022, logo após a diplomação do presidente eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Os detalhes dos planos dos militares estão no despacho de Moraes que autorizou a operação da PF de hoje sobre os cinco militares envolvidos na trama, o plano de “neutralizar” Lula ” descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”

Boa parte desse material que baseou a operação desta terça-feira, batizada de Contragolpe, foi apreendido em fevereiro passado com o general da reserva Mario Fernandes, conhecido no Exército como “general Mário”.

Fernandes foi alvo, da Operação Tempos Veritatis, que executou buscas e ordens de prisão sobre dez militares, incluindo membros da reserva e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Na ocasião, foram presos o coronel Marcelo Câmara e o major das Forças Especiais Rafael Martins de Oliveira.

As informações sobre o “Punhal Verde e Amarelo” estavam nesse material. Além de Lula Alckmin, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes também seria executado.

Fernandes, que era funcionário do gabinete do general e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), foi demitido da Câmara depois da Tempus Veritatis. Na ocasião, também veio a público que os militares egressos das Forças Especiais, a tropa de elite do Exército, se reuniam em salões de festas de condomínios em Brasília para planejar as etapas do golpe.

O general da reserva foi ainda um dos articuladores da carta exortando o então comandante do Exército, general Freire Gomes, para aderir ao golpe que impediria a posse de Lula.

Os outros quatro alvos da operação desta terça-feira também já tinham sido alvo da Tempus Veritatis. Desde aquela época, eles foram afastados de funções de comando – como o coronel Helio Ferreira Lima, que comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus. Depois de algum tempo, foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes para trabalhar no Exército, mas em funções burocráticas, de escritório.

Além dos cinco mandados de prisão, a PF também cumprem três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares como a entrega de passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. O Exército acompanha o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Além da aposta em Rodrigues, que não só foi derrotada mas deixou um racha ainda não resolvido com Caiado, também entram nesse combo as campanhas de Bruno Engler em Belo Horizonte e Cristina Graeml em Curitiba. Graeml não é do PL mas foi apoiada por Bolsonaro contra o candidato do governador Ratinho Junior, Eduardo Pimentel (PSD). Já o fato de Engler perder para Fuad Noman é atribuído à estratégia de radicalizar o discurso ao invés de fazer gestos para o centro.

o globo

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