Planta 11 Horas é destaque em congresso por potencial alimentar humano
O terceiro dia do Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas reuniu pesquisadores de várias partes do país e palestrantes internacionais. os temas foram sobre os avanços para diminuir os estresses bióticos, os desafios em regiões denominadas como novas fronteiras agrícolas e as estratégias para enfrentar as mudanças climáticas. O pesquisador Maykon Douglas, da Paraíba, apresentou estudo que busca transformar a espécie da planta 11 Horas em uma alternativa alimentar, incluindo-a no grupo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs).
O trabalho analisou 21 híbridos da planta, com foco em retirar características que podem causar alergia em humanos, como os pêlos encontrados nas folhas.
“21 híbridos analisados e o principal intuito da gente é inserir essa planta dentro da alimentação humana das pessoas e através das hibridizações a gente conseguir tirar algumas características delas que possam ser prejudiciais para o ser humano, como por exemplo pelos que tem na parte de cima das folhas e através da hibridização a gente consegue fazer essa análise e poder retirar essa característica porque pode causar alergia. Também tem a questão de a gente conseguiu, a partir de 11 horas, produzir patê para a alimentação, desenvolver receitas com ela, já que ela passou de ser uma planta apenas daninha, para também ser inserida no grupo das PANCs, que são as Plantas Alimentícias Não Convencionais”, explicou Maykon Douglas, pesquisador que viajou de Areia-PB até Luís Correia, mais de mil quilômetros de ônibus para apresentar um estudo com foco no consumo humano.
O chefe da Embrapa Meio-Norte, Anísio Lima, destacou como os trabalhos apresentados podem ajudar a enfrentar doenças e pragas que afetam diretamente a produção agrícola, e sobre os próximos passos desses avanços.
“O tema é muito sugestivo, promove um intercâmbio de experiências nacionais e internacionais e garante à sociedade produtiva o acesso a materiais inovadores, essa é a missão do melhoramento, gerar materiais que garantam produtividade, que se adaptem a esses efeitos climáticos que todo o mundo passa para que a população tenha segurança alimentar, que possua soberania alimentar a partir das plantas, dos alimentos que chegam às suas mesmas”, destacou.
O presidente da Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas ressaltou a importância de adaptar espécies tradicionais às novas condições de cultivo, como é o caso do cacau na região do Matopiba, além de destacar a parceria com pequenos produtores para difundir esse conhecimento.
“Teremos também uma mesa redonda, um painel discutindo também as espécies perenes, a exemplo do eucalipto, do cacau, que são cultivos que já, especialmente o eucalipto já é tradicionalmente realizado na região, especialmente em região do cerrado, e o cacau que é uma novidade aqui para nossa região, o cacau ele é tradicionalmente cultivado à sombra e agora tem sido cultivado em pleno sol, então foram desenvolvidas cultivares que têm essa adaptação e está havendo um intenso desenvolvimento nesse sentido que partiu da Bahia, chegou no Tocantins e agora a gente está trazendo para os estados do Maranhão e Piauí para fechar o nosso Matopiba”.