Poluição sonora e doenças crônicas aceleram casos de perda auditiva
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que cerca de 5% da população brasileira apresenta algum grau de surdez ou perda auditiva. São mais de 10 milhões de pessoas que enfrentam dificuldades para escutar, ou que perderam completamente a audição, seja por problemas de ordem genética, idade avançada ou mesmo por causas evitáveis.
Esses elementos, quando combinados, podem levar a um surgimento mais rápido e precoce de perda auditiva, a depender do paciente. Para o médico otorrinolaringologista, Antônio Luis de Lima Carvalho, cada vez mais a poluição sonora afeta a saúde das pessoas, tornando urgente e necessária uma atenção aos primeiros sinais da deficiência.
“Tem fatores cada vez mais prevalentes na sociedade, como abuso de fones de ouvido, exposição a ruídos intensos, além do fator laboral, como trabalhadores da construção civil, por exemplo. Os primeiros sinais incluem uma perda leve de audição, dificuldade em conversar em ambientes ruidosos ou em ambientes em que você tem duas ou três pessoas conversando, além de zumbidos…”, destacou.
O médico também aponta que doenças como a diabetes, hipertensão, doenças vasculares, além de problemas como o tabagismo, também podem levar à perda auditiva, em menor ou maior grau. Mas, a depender do caso e do nível de comprometimento, é possível reverter, prevenir ou retardar sintomas mais sérios.
“O diabetes leva à neuropatia auditiva, uma alteração da capacidade de funcionamento do nervo auditivo, quando ocorre uma deterioração da capacidade de entendimento nesses pacientes. Outros fatores, como doenças vasculares e pacientes com hipertensão descontrolada, são os outros fatores mais prevalentes. Pode haver uma reversão do quadro em pacientes com perda auditiva de causa inflamatória e podemos controlar sua progressão, por exemplo, nos pacientes pré-diabéticos ou diabéticos descontrolados, quando você controla esse nível de açúcar. O paciente tem uma possibilidade de melhorar sua capacidade auditiva com uso de prótese auditiva em alguns casos e em outros através de medicações e cirurgias específicas. Há possibilidade inclusive de controlar outros sintomas colaterais como labirintite, tontura e zumbido. Hipertensão controlada pode também controlar a perda da audição”, afirmou.
Quando procurar um médico especialista
Outra fonte de dúvidas para muitos pacientes é sobre quando buscar um atendimento médico especializado para prevenção ou tratamento da surdez. Antônio Luis explica que, em qualquer idade, se a pessoa apresenta algum sintoma de diminuição ou alteração na audição, deve procurar um especialista de confiança.
“Não tem uma data específica para iniciar o acompanhamento com um otorrinolaringologista, mas os pacientes que têm fatores de risco, esses devem procurar de maneira mais rotineira o especialista. Pacientes com diabetes, hipertensão ou com outras comorbidades devem sim procurar o otorrino na idade mais precoce possível e ter um seguimento”, detalha.
cidade verde